Fugitivos de Mossoró são presos após 50 dias a 1.600 km de presídio

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Os dois homens que fugiram da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram encontrados e presos hoje. Foi a primeira fuga de um presídio de segurança máxima do país.

O que aconteceu
Após 50 dias de buscas, os dois detentos que escaparam do presídio de segurança máxima foram encontrados em Marabá (PA), a cerca de 1.600 km de Mossoró. O Ministério da Justiça e da Segurança Pública montou uma força-tarefa para encontrá-los após a fuga.

Os fugitivos e outros quatro homens estavam na capital Belém e foram capturados quando se deslocavam em três carros para Marabá. Rogério da Silva Mendonça, 33, e Deibson Cabral Nascimento, 35, que integram a facção Comando Vermelho do Acre, estavam sendo monitorados por agentes das forças de segurança envolvidos nas buscas.

Os fugitivos planejavam deixar o Pará quando foram capturados, segundo a PF. Contudo, os agentes não sabem qual seria o novo destino de fuga deles.

O grupo foi recapturado em uma ação conjunta entre a PF e a PRF na BR-222. A ação ocorreu nas imediações de uma ponte rodoferroviária. Um dos fugitivos foi capturado pela PRF. O outro, pela PF. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, vai detalhar a ação nesta tarde.

Quem são os fugitivos

Fugitivos são “matadores do CV”, diz a polícia. Fontes ouvidas pela reportagem indicam que os fugitivos não integram o alto escalão da facção e que são conhecidos por serem encarregados por assassinatos de pessoas no “tribunal do crime”. O UOL não localizou os advogados deles.

Os dois detentos estiveram em rebelião em presídio do Acre em 2023. Deibson e Rogério foram então transferidos para a unidade federal de Mossoró em julho do ano passado.

Deibson cumpria pena de 33 anos por assalto a mão armada. Conhecido como Tatu, ele também responde a processos por tráfico de drogas.

Rogério tem suástica tatuada na mão e condenação de cinco anos por tráfico. Martelo também responde a processos por homicídio qualificado, roubo e violência doméstica.

Como foram as buscas

Em um primeiro momento, forças policiais federais e estaduais fizeram buscas num raio de 15 quilômetros de distância do presídio federal. Lewandowski anunciou em 19 de fevereiro o emprego de mais cem agentes da Força Nacional para atuar nas buscas. A corporação saiu da área em 29 de março.

Secretarias de Segurança Pública de três estados anunciaram que estavam atuando juntas para fiscalizar divisas. Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará aumentaram o policiamento terrestre e aéreo da região. A Interpol foi alertada.

Roupas e pegadas foram encontradas por equipes da força-tarefa dois dias depois da fuga. Calçados e camisetas — que podem ser dos dois fugitivos — foram localizados em uma área rural de Mossoró. Com isso, as buscas se intensificaram na região próxima à penitenciária.

Diversas pessoas foram presas em flagrante por suspeita de ajudar os fugitivos. Na primeira semana de buscas, duas foram presas em flagrante e outra preventivamente. Em 22 de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Mossoró, Quixeré (CE) e Aquiraz (CE) contra possíveis envolvidos no fornecimento de apoio aos foragidos.

Luminária, teto e tapume: como foi a fuga

Detentos abriram parede de presídio de Mossorá e fugiram por área próxima da luminária da cela. Deibson e Rogério fugiram pelo telhado da penitenciária na madrugada de quarta-feira cinzas (14.fev).

Lewandowski elencou uma série de falhas nos protocolos de segurança na unidade. Segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, o presídio passava por uma obra de manutenção, es presos teriam tido acesso às ferramentas utilizadas na reforma — que não estavam trancadas.

Defeitos na construção do presídio também foram apontados. A saída pelo teto teria sido possível porque o prédio é de alvenaria e não de concreto. Câmeras e luzes não estavam funcionando adequadamente.

Fonte: UOL

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