Greve de rodoviários de cooperativas no DF deixa 100 mil sem transporte

paralisacao2Categoria quer equiparação salarial com funcionários de ônibus tradicionais. Trabalhadores das cinco empresas aderiram; categoria fala em ‘injustiça’.

Trabalhadores de cooperativas de transporte público do Distrito Federal entraram em greve na madrugada desta quarta-feira (15) em protesto por equiparação salarial com categorias de ônibus convencionais. O grupo pede aumento do tíquete-alimentação e da cesta básica, além de diminuição em 40 minutos da carga horária. As cinco empresas atendem diariamente 100 mil passageiros. A Secretaria de Mobilidade informou que há um mês negocia com o grupo e que não tem condições de fazer o repasse diretamente, como pedido.

A paralisação começou às 4h, horário em que as cooperativas começariam a rodar. De acordo com o presidente do sindicato da categoria, Diógenes Santos, as conversas com o Executivo não têm avançado, e as cooperativas reclamam de receber tratamento diferenciado em relação às empresas convencionais. São ao todo 1,6 mil funcionários – entre motoristas, cobradores, mecânicos e despachantes.

A gente faz a mesma função das empresas convencionais, trabalha até a mais e recebe bem menos.E está tudo aumentando. [Para o] mês que vem já anunciaram outro aumento na conta de luz, e o salário não aumenta. como conseguir pagar as coisas sem dinheiro?”
Daniele Farias,
cobradora de cooperativa

“O governo alega que não tem condições de dar aumento agora, mas não sei qual é a deles. A categoria só volta quando tiver garantia, não dá mais para trabalhar desse jeito”, afirmou o sindicalista. “Em alguns casos a diferença de salário é o dobro.”

Segundo Santos, motoristas de cooperativas ganham R$ 1.171, contra os R$ 2,1 mil recebidos pelos funcionários das empresas tradicionais. Já cobradores têm remuneração de R$ 840, enquanto os equivalentes ganham R$ 1,2 mil. Ele não soube informar os salários dos mecânicos e despachantes.

A cobradora Daniele Farias afirma considerar injusta a diferenciação salarial e conta que tem sido difícil lidar com as contas no final do mês. Morando com os três filhos e a mãe no Riacho Fundo, ela é a única pessoa em casa a trabalhar.

“A gente faz a mesma função das empresas convencionais, trabalha até a mais e recebe bem menos.E está tudo aumentando. [Para o] mês que vem já anunciaram outro aumento na conta de luz, e o salário não aumenta. como conseguir pagar as coisas sem dinheiro?”

Garagem da Cootarde, cooperativa de transporte público do Distrito Federal, em Ceilândia (Foto: TV Globo/Reprodução)Garagem da Cootarde, cooperativa de transporte público do
DF, em Ceilândia (Foto: TV Globo/Reprodução)

Entre as regiões mais afetadas pela paralisação estão Planaltina, Itapoã, Sobradinho, Paranoá, Samambaia, Recanto das Emas, Ceilândia e Brazlândia. As cinco cooperativas que rodam no DF são Cootarde. Coopertran, Cobrataete, Cootransp e Coopatag.

Parte dos rodoviários em greve se reuniu pela manhã na garagem da Coortarde, na BR-070. Não há informações sobre a possibilidade de assembleia.

Para minimizar os transtornos, o DFTrans estuda implantar um plano emergencial para
as empresas tradicionais operarem gradativamente nas linhas abandonadas pelas
cooperativas.

Greve da TCB
Rodoviários da TCB completam nesta quarta três dias de paralisação. Eles pedem 20% de reajuste sobre os salários, 50% sobre o tíquete-alimentação, extensão do plano de saúde aos familiares e reconhecimento dos direitos de herdeiros em caso de morte. Em nota, a Secretaria de Mobilidade diz que “acompanha de perto” a negociação.

A empresa informou que entrou na Justiça nesta terça-feira (14) contra a paralisação. Ela pede que os rodoviários garantam a circulação mínima de 30% dos veículos,A ação foi protocolada no Tribunal Regional do Trabalho e deve ser julgada nesta quarta (15).

Em assembleia na tarde desta terça, os rodoviários da empresa decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A TCB tem 103 motoristas, 92 cobradores e 46 funcionários que fazem a manutenção dos carros. Ela atua com 33 veículos em 14 linhas na área central de Brasília e áreas rurais de Planaltina e Paranoá, atendendo 18 mil pessoas por dia.

Fonte: G1

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