Jofran Frejat tem futuro político incerto

Jofran FrejatO ex-secretário de Saúde do DF e ex-deputado federal, atualmente no PR, Jofran Frejat faz uma análise sobre o cenário político do DF e disse que só será candidato se entrar em uma coalizão para mudar o destino de Brasília.

Em entrevista ao Jornal da Comunidade, Jofran Frejat (PR) afirmou não saber se será candidato nas eleições de 2014. Sobre uma possível candidatura majoritária, ele disse que talvez seja escolhido pelo partido por exclusão, não por opção, já que o PR é o mesmo partido do ex-governador José Roberto Arruda, cotado para concorrer ao governo no ano que vem. Para Frejat, Dilma Rousseff e Agnelo Queiroz têm grandes chances de se reelegerem.

O senhor vai se candidatar nas próximas eleições?

Não tenho a menor ideia. A princípio eu não estou estimulado, não estou envolvido, não estou negociando nada. Já fui deputado cinco vezes e eu senti uma dificuldade grande, pois quando você está na Câmara você não consegue fazer, só consegue propor e nem tudo é aproveitado pelo governo. Já no Executivo eu consegui fazer um bom trabalho, reconhecido em todo o Brasil. Quando fui secretário de Saúde, construí postos de saúde, hospitais e a Faculdade de Medicina Pública do DF. Fizemos uma estrutura que serviu de base para a saúde pública do DF por anos. Há um reconhecimento de toda a população e até mesmo dos adversários de que fiz um belo trabalho. O que vale a pena nisso tudo é o reconhecimento da população. Não tem absolutamente nada fechado ainda, nem perspectiva de disputar a eleição. Ninguém é candidato de si mesmo, você é candidato de um grupo que decide que você vai se candidatar e que irá te ajudar.

O senhor já foi sondado para compor alguma chapa majoritária?

Ainda não. O partido já falou algumas vezes que quer lançar candidatos, mas eu também não me movimentei nesse sentido, nem estou pleiteando. Já me falaram que eu posso ser qualquer coisa, me candidatar a qualquer cargo. Eu acho que nós já tivemos tantas decepções que se as pessoas querem de fato uma coisa diferente, precisam se unir para fazer um movimento nesse sentido. Agora, se for para ficar nessas quezílias internas, vaidade pessoal ou interesses pessoais, eu estou fora.

Como estão as movimentações dentro do PR?

Não tem absolutamente nada fechado ainda. O partido tem bons nomes. Eu acho que só serei candidato, pelo menos na área majoritária, por exclusão, não por opção. A escolha ocorreria por exclusão, da seguinte forma: fulano e sicrano não podem disputar por causa de problemas em determinadas áreas, beltrano também não, então eu vou ficando e acabo sendo escolhido por exclusão. É isso que está acontecendo e fora disso, eu não vejo caminho. As pessoas não estão optando pelo seu trabalho e pelas suas realizações. Eu também não vou atrás, pois não tenho barganha a fazer. Quem me quiser é como eu sou.

Quais os possíveis partidos que devem se unir ao PR?

O PR está ligado ao pessoal do Arruda, e naturalmente, o pessoal dele tem os seus objetivos. Eu não estou participando dessas negociações, então não sei muitos detalhes.

O que o senhor espera das próximas eleições?

O atual governador será um candidato forte. Qualquer um que queira disputar com ele terá dificuldades a enfrentar, essa é minha impressão pessoal. O que eu realmente espero é que Brasília faça uma boa escolha. O que me incomoda aqui é que parece que as pessoas não estão interessadas na cidade que nos adotou e que nós adotamos. Amamos essa cidade, tivemos toda a oportunidade do mundo aqui e Brasília nos deu tudo. Temos que ter, no mínimo, a responsabilidade de fazer algo para que a cidade seja cada vez melhor. Eu não perdi a esperança em ver Brasília melhor, eu torço para que dê certo, seja quem for que esteja no governo.

Qual a sua expectativa pessoal para as eleições de 2014?

Minha expectativa para as próximas eleições é de absoluta incerteza. Eu só disputarei se for realmente uma coalizão com o objetivo de mudar o destino de Brasília, se não for, eu não vou. Já fui deputado cinco vezes, secretário de Saúde quatro. Não vou disputar pela vaidade.

Arruda pode ser o candidato do PR para disputar o Buriti?

O Arruda tem sim o objetivo de ser candidato. Caberá à população decidir se o quer de volta no governo. Apesar dos problemas que ele teve com a Justiça, acredito que a população é o juiz de tudo e decidirá o que quer para Brasília.

Como o senhor avalia o governo Agnelo?

Eu não vou julgar ninguém. O que posso dizer é que ele está trabalhando, não sei se conseguiu atingir os seus objetivos, mas está trabalhando. Pela experiência que tenho, posso dizer com certeza absoluta que não é fácil governar. Fui secretário de Saúde, e é lógico que é a área que tem mais carência de serviços. Não dá para melhorar a saúde em dois ou três meses, leva-se anos para isso. Quando eu fui secretário, a saúde já era uma área complicada e com muita demanda. Agora então, que se passaram anos e a população aumentou, a tendência é só aumentar a procura pelos serviços. Sem contar também que quando a saúde melhora, a demanda por atendimento também aumenta, pois os outros estados enviam seus pacientes para serem atendidos no local onde está melhor. Não é interessante para o prefeito de uma cidade do interior, por exemplo, gastar a verba destinada à saúde com equipes médicas, pois isso dá trabalho. É mais interessante comprar ambulâncias e quando o cidadão estiver passando mal ele enviar para Brasília alegando que vai mandá-lo para um dos melhores hospitais do país, assim já garante um voto no futuro. Então, é uma situação complicada.

O senhor acredita na reeleição do governador Agnelo?

Agnelo é um forte candidato, posso dizer que até agora, é o mais forte. É possível sim, que ele consiga a reeleição. Mas tudo depende também se ele vai conseguir mostrar seu trabalho para a população. O povo quer serviço público de qualidade, principalmente nas áreas de saúde, segurança, transporte e moradia. A população observa as coisas, vai deixando passar e sempre dá o troco nas urnas.

Como o senhor avalia os pré-candidatos ao governo?

Até agora, quem realmente é candidato definido é o governador Agnelo. Há muitos nomes fortes aí, que se lançaram. Tem o deputado federal Reguffe, que é um candidato forte e com uma bela história, mas tem um grande problema: quer fazer uma eleição sem financiamento financeiro. Não tem como concorrer uma eleição sem gastar dinheiro, para se deslocar você precisa gastar, tudo que você for fazer em uma campanha política gasta. Então, é muito difícil fazer uma campanha sem dinheiro para financiá-la. Claro que o dinheiro não é tudo. Já vi muitos candidatos perderem eleições mesmo fazendo uma campanha com muitos recursos. O senador Rollemberg é um bom nome, tem experiência na área administrativa do governo, mas pode enfrentar um impasse, já que parece que o Eduardo Campos andou se reunindo com o presidente do PPS e parece que pode apoiar a candidatura de Eliana Pedrosa para disputar o governo. O que eu posso dizer é que as vaidades são muitas e somente em março ou abril é que as coisas vão se definir. Mas, sem dúvidas, é preciso se unir para se tornar forte.

Como o senhor vê o cenário presidencial?

A Dilma é, sem dúvida, uma fortíssima candidata. Mas o Aécio Neves também tem uma excelente história política, fez muito por Minas Gerais, tanto é que conseguiu até eleger seu sucessor, também foi um bom presidente da Câmara. Além disso, temos o Eduardo Campos, que está fazendo muita coisa boa em Pernambuco. São fortes candidatos concorrendo à presidência da República.

O senhor acredita na reeleição de Dilma Rousseff?

Acho ela uma candidata muito forte. Além de ter uma grande popularidade pessoal, a Dilma ainda tem o apoio de Lula, que foi praticamente endeusado em algumas regiões do Brasil. Entretanto, se houver um segundo turno a coisa complica, pois Eduardo Campos e Aécio Neves se unem e têm grande chance de derrotá-la. No geral, a Dilma tem sido uma boa presidente, ampliou alguns projetos sociais, tem investido em áreas que antes eram deixadas de lado, mas pecou na economia brasileira, que não está nada bem. Geralmente a economia é um dos principais fatores que define uma vitória. O Lula só conseguiu se reeleger porque a economia estava bem. Então, se a Dilma conseguir melhorar isso em seu governo, tem grandes chances de ganhar as eleições.

Fonte: http://blogs.maiscomunidade.com/blogdocallado/2013/12/29/entrevista-frejat-tem-futuro-politico-incerto/#sthash.gjEi33Wf.dpuf

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