Jogadora de futebol é morta pelo marido na Argentina; atleta já tinha denunciado agressões

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Suspeita é de que companheiro de Florencia Guiñazú cometeu o crime e depois tirou a própria vida

Os vizinhos ouviram um barulho estranho por volta das 5h. Incomodada, uma pessoa da redondeza esperou até às 16h daquele dia para ir ao apartamento da jogadora de futebol Florencia Guiñazú. Ao chegar lá, ela fez uma descoberta que viria a chocar o país: aos 30 anos, a atleta foi encontrada morta com sinais de espancamento e estrangulamento ao lado do companheiro, Ignacio Agustín Notto, também sem vida.

O impulso de chamar as autoridades locais veio a partir de uma instrução pendurada na janela da residência do casal. O vizinho já tinha notado barulhos estranhos quando percebeu que havia um cartaz virado para a rua. Ao olhar com atenção, ele leu: “Liguem para o 911. As crianças estão sozinhas”. Assustada, a testemunha não desobedeceu o pedido.

Cena do crime

Porém, antes de pedir ajuda da polícia, o vizinho lembra que bateu na porta da casa de Florencia. Quem atendeu foi um dos filhos da jogadora, um menino de 7 anos. Achando estranha toda a situação, a testemunha conta que perguntou onde estavam os pais dele. A criança, então, respondeu que já tinha batido na porta do quarto várias vezes, mas nem a mãe e nem o pai respondiam.

Foi depois da ligação que as autoridades chegaram ao apartamento 10 da rua Bombal 400, em Guaymallén. Ao arrombar a porta, a polícia encontrou Florencia Guiñazú morta no chão, em meio a manchas de sangue. O marido, Ignacio Notto, foi encontrado logo depois, também sem vida.

Quando se deparou com a cena, a autoridade de segurança local notificou a Unidade Fiscal de Homicídios e Violência Institucional. Pouco tempo depois, os peritos do Corpo Médico Forense chegaram ao local, junto com o Serviço de Emergência Coordenado (SEC) e outros policiais para ouvir testemunhas e investigar evidências no local. 

Logo depois, o caso foi encaminhado para a promotoria, sob o comando do promotor Gustavo Pirrello, que ordenou a ativação do protocolo para casos de feminicídio. A principal hipótese da investigação é a de que Notto matou a esposa e, logo depois, cometeu suicídio. 

Florencia já tinha pedido ajuda

Assim como muitas vítimas de feminicídio, Florencia já tinha dado sinais de violência doméstica antes da tragédia acontecer. Uma testemunha contou à polícia que, em novembro do ano passado, encontrou a jogadora em choque na vizinhança.

Segundo informações do El Sol, ela apanhou do marido e foi trancada no banheiro do apartamento do casal. Na ocasião, a atleta fez uma denúncia por violência de gênero, mas nada aconteceu. O Ministério Público apenas chamou Notto para prestar depoimento, mas não seguiu com o caso por falta de provas.

Fontes ouvidas pelo jornal argentino garantem que os episódios de horror não pararam depois da primeira denúncia. “Era um casal com um relacionamento muito aberto. Mas as brigas eram constantes nos últimos tempos”, disseram testemunhas.

Luto pela jogadora

Florencia Guiñazú era uma mulher de múltiplos talentos. Em seu perfil no Instagram, onde conta com mais de 25 mil seguidores, ela listou a quantidade de coisas que fazia: era técnica em higiene e segurança do trabalho, fazia crossfit, rugby, era tatuadora e mãe de Milo e Ámbar.

A função que colocou a atleta em evidência, no entanto, foi a de jogadora do time de futebol feminino Atlético Argentino. Nas redes sociais, o clube prestou homenagem à atleta. “Lamentamos o falecimento da nossa jogadora Florencia Guiñazú”, escreveram no Instagram. Outro clube local, o Godoy Cruz publicou um manifesto contra a violência de gênero. “Basta de violência contra a mulher”, pediram nas redes sociais.

Quem também fez eco para a comoção nacional sobre o caso foi o Coletivo Feminista Valle Uco. Em pronunciamento no Instagram, escreveram: “Com imensa tristeza, repudiamos o feminicídio de Florencia Guiñazú. Mais uma vez, a violência machista e feminicida arranca brutalmente a vida de uma garota”. 

O post ainda denunciou: “Já sabemos que o Estado está totalmente ausente nos casos de feminicídio, não toma medidas de proteção e, ultimamente, nem mesmo investiga”. 

Em caso de violência contra a mulher, denuncie!

Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.

Saiba mais sobre como denunciar aqui.

 Atenção! Em caso de pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, por e-mail, chat ou pessoalmente. Confira um posto de atendimento mais próximo de você (https://www.cvv.org.br/postos-de-atendimento/)

Fonte: Terra

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