Estupro, tentativa de homicídio, roubo de cargas, furto em comércio e furto de celulares são alguns dos crimes que tiveram aumento em relação a 2016
Um levantamento de dados criminais no Distrito Federal realizado pelo Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) aponta que diversas modalidades criminosas tiveram um aumento significativo entre janeiro e julho de 2017. Além disso, outros crimes também aumentaram a incidência, se comparadas a anos anteriores. “No geral, de nenhum lado há redução significativa da criminalidade, em razão de políticas equivocadas na área de segurança pública”, denuncia Rodrigo Franco Gaúcho, presidente do Sinpol-DF. O levantamento foi realizado a partir de dados oficiais da Polícia Civil do DF e Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF.
Na comparação entre o período de janeiro a julho de 2016 e 2017, o roubo de cargas teve um incremento de 60%. Em 2016, de janeiro a julho, ocorreram 29 casos. Em 2017, no mesmo período, foram registrados 48 assaltos a cargas.
Os furtos de celulares tiveram um acréscimo de 44,44% nos primeiros meses do ano. Em 2016 foram 3.402 celulares subtraídos. Em 2017, esse número já chega a 4.914 ocorrências registradas. Em seguida, o crime de extorsão – no qual a vítima é ameaçada e/ou agredida, para que o autor receba vantagem indevida – passou de 108 casos em 2016, para 139 casos em 2017, em uma variação de 28%.
Outro crime cometido sob grave ameaça ou violência é o estupro, tendo um acréscimo de 25% neste ano. Em 2016 foram registrados, de janeiro a julho, 386 casos. Em 2017 já foram 486 estupros, ou seja, 100 casos a mais. Os roubos com restrição da liberdade, na qual a vítima fica sob o jugo dos assaltantes por algum tempo, normalmente nos casos de roubo de veículo, passaram de 266 para 316. Um aumento de 18,80%.
Os furtos em comércio também tiveram alta em 2017. Foram 2.703 casos. Isso indica que foram 250 registros a mais do que em 2016, quando 2.453 comércios foram alvos de furtos. A variação é de mais de 10%. Os roubos em coletivo continuaram aumentando, uma vez que em 2016 foram 1.473, e em 2017 houve 1.571 casos de janeiro a julho, variando assim em mais 98 casos, ou 6,65%.
As tentativas de homicídio tiveram alta de 4,59%, variando de 523 vítimas em 2016 para 547 vítimas em 2017. Outros crimes como furto a pedestre, estelionato e as formas tentadas de roubo de carga, roubo em coletivo e estupro, bem como a extorsão mediante sequestro também tiveram pequena alta.
Na comparação entre os anos de 2014, 2015 e 2016, algumas modalidades criminosas requerem maior atenção, uma vez que na variação anual tiveram acréscimo. Os dois casos principais são os roubos a pedestre e roubos em residência.
Em 2014, os roubos a pedestres somaram 31.621 casos. Em 2015 tiveram ligeira queda, passando a 30.298 roubos. Já em 2016, houve uma grande quantidade de assaltos, chegando a 38.219 vítimas, uma média de 104 roubos a pedestres por dia. Da mesma forma, os roubos de carga foram 43 casos em 2014, 31 roubos em 2015 e em 2016 saltou para 68 assaltos a carga. Só nos primeiros sete meses de 2017 já são 48 casos. Mais do 2014 inteiro. Roubos em residência vêm tendo um aumento exponencial, ano a ano. Em 2014 foram 583 casas assaltadas. Em 2015, 686 residências. Já em 2016 esse número saltou para 919 roubos.
“Percebemos que, em uma análise sobre a totalização de crimes registrados, não houve redução contundente na criminalidade. O que indica que não há política eficiente no Governo do DF voltada para redução da criminalidade de forma a demonstrar curva descendente nos índices de violência”, critica Gaúcho.
Em 2014 foram registrados 281.731 fatos criminosos. Em 2015, este número foi reduzido para 269.078. Já em 2016, os delitos registrados voltaram ao patamar de 283.632 fatos. “A redução de 2015 está ligada à greve de 22 dias na Polícia Civil, quando não foram registradas ocorrências nas delegacias de polícia, à exceção dos flagrantes. No período de janeiro a julho de 2017, houve queda de 3,42% de registro se comparado ao mesmo período de 2016. O fato novo ocorrido em setembro de 2016 foi o fechamento de duas dezenas de delegacias durante o período noturno e nos finais de semana, o que pode ter ensejado uma subnotificação de registros criminais, o que gera uma redução artificial de alguns tipos penais”, explica o presidente do Sinpol-DF.