Da redação do Conectado ao Poder
O presidente decidiu não participar de um encontro com governadores dos estados mais afetados pelas queimadas, realizado no Palácio do Planalto, em meio a tensões políticas e críticas sobre sua atuação na área ambiental
Em uma reunião que reuniu governadores de estados duramente atingidos pelas queimadas, realizada nesta quinta-feira (19), no Palácio do Planalto, a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção. Embora sua participação fosse esperada, Lula foi aconselhado por seu núcleo político a não comparecer ao encontro, evitando um confronto com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), um dos principais críticos do governo federal tanto nas questões de segurança pública quanto na área ambiental.
Caiado não poupou críticas durante a reunião, afirmando que a ajuda financeira oferecida pelo governo, no valor de R$ 514 milhões, veio tarde demais. “Agora o Governo Federal oferece ajuda depois que metade do país virou cinzas”, declarou o governador, em tom ácido. Ele ainda destacou que, apesar do montante, os estados terão dificuldades para usar os recursos devido às restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
O encontro, que tinha como objetivo discutir as ações de combate aos incêndios florestais, ficou marcado pela troca de acusações entre governadores e a ausência do presidente, que preferiu evitar novas controvérsias a poucos dias de discursar na Assembleia Geral da ONU, onde abordará temas como fome e mudanças climáticas. Segundo fontes do Palácio do Planalto, Lula optou por se resguardar de possíveis críticas públicas em um momento em que sua popularidade já está abalada, especialmente na questão ambiental.
A postura de Lula em relação às queimadas e ao meio ambiente tem sido alvo de críticas constantes, e sua ausência na reunião apenas reforçou a percepção de que o governo federal ainda enfrenta dificuldades para lidar com os desafios ambientais no Brasil. Enquanto o presidente se prepara para sua fala em Nova York, governadores de estados devastados pelo fogo cobram ações mais firmes e eficazes, antes que mais áreas sejam consumidas pelas chamas.