Lucas Bernardo Alves, de 27 anos de idade, foi o primeiro a conseguir, no Estado do Rio de Janeiro, um pré-natal especializado para pessoas trans gestantes. Tudo ocorreu pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em Laranjeiras, na Zona Sul.
Momentos antes de dar à luz sua primeira filha, Lucas contou que, sendo um homem trans, realizar um pré-natal especializado foi um “privilégio”. Segundo ele, o processo foi tranquilo e muito respeitoso: “Não tive nenhum problema com relação à questão dos pronomes, por exemplo, que geralmente é o que acontece. Eu me sinto muito privilegiado pelo tratamento que tive. Sei que muitos meninos não têm o mesmo tratamento.“, declarou ele em entrevista ao jornal “O Globo”.
Quem acompanhou Lucas no parto foi sua mãe, Cleudia Penha, que não saiu do centro cirúrgico até que tivesse certeza de que daria tudo certo. Já com a netinha em seus braços, ela contou que, durante toda a gestação, esteve mais apreensiva do que o filho por não saber se ele seria bem acompanhado: “Eu estava muito preocupada no começo quando descobri que ele estava gestante, porque fiquei com receio de como seria o tratamento com ele. Não sei se ele teria o mesmo tratamento em outra maternidade. Eu acho que tinha que ser aqui.“, disse a nova vovó do pedaço.
No Brasil, a Maternidade Escola da UFRJ é a segunda instituição a realizar o pré-natal especializado para atendimento à pessoa trans pelo programa “Transgera”, do SUS. A primeira foi a Maternidade Climério de Oliveira (MCO), da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ambas as maternidades fazem parte da Rede Ebserh.