Cobiçados por muitos partidos e com bastante representatividade, bombeiros e PMs começam a se reunir para traçar a estratégia que adotarão.
Os militares do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar estão se organizando para formar um “Chapão” para as eleições deste ano. Os dois grupos estão reunindo forças em suas corporações para que as categorias, que teoricamente têm representatividade na Câmara Legislativa, possam renovar seus quadros de distritais e tentar eleger dois federais. Os militares tem até o dia 5 de julho para registrar a candidatura por algum partido, desde que o nome seja aprovado em convenção.
O grupo formado por policiais militares pretendem unir a categoria em torno de nomes que serão escolhidos pelo grupo. A condição para que os militares sejam escolhidos representantes da PM, de acordo com os organizadores, é que se filiem ao PRTB, hoje coordenado pelo ex-senador Luiz Estevão.
Obrigatoriedade
“Como temos vários candidatos, vamos dar a eles a oportunidade de se apresentarem e então serem escolhidos pelos policiais militares e bombeiros, da ativa e da reserva”, explica o organizador do Chapão Militar, sargento Robson Leonel Barcellos. A reunião para referendar os nomes que estarão no “Chapão” será realizada hoje, no Rotary Club de Taguatinga. Segundo o sargento Leonel, até o momento, oito policiais e outros três bombeiros apresentaram pré-candidaturas a distritais e federais.
O sargento explica que muitos partidos ofereceram-se para recepcionar os militares, mas que a decisão acabou sendo pelo PRTB. “Mesmo que eles tenham afinidade com outros partidos terão que abrir mão e se filiarem ao PRTB, para serem apoiados por nós”, condiciona o sargento.
O coordenador do PRTB, Luiz Estevão afirma que o partido só se pronunciará sobre o assunto depois que o grupo decidir pelos seus pré-candidatos e pelo partido. “Se eles decidirem pelo PRTB vamos ficar muito fortalecidos. Por isso, torcemos para que a opção deles seja o nosso partido”, afirma o ex-senador.
O PRTB já conta com um pré-candidato entre os militares e apoia o “Chapão”. O policial militarGuarda Jânio obteve nas eleições passadas 13 mil votos para distrital, mas acabou suplente. “Se conseguirmos essa união poderemos eleger três ou quatro distritais e dois federais”, prevê Jânio.
Dissidentes
Pré-candidata à Câmara dos Deputados, a sargento Angélica Machado não concorda com a obrigatoriedade de ter de se filiar a um partido por imposição. Porém, ele afirma que vai participar da reunião. “Eu discordo da obrigatoriedade de se filiar a um partido, pois cada legenda tem a sua ideologia e seu posicionamento e dentro da PM existem várias ideologias diferentes. Dessa forma parece que estamos num curral. Não vou me submeter a um partido”, declara a sargento, que está apalavrada com o PR.
Urnas perto dos quartéis para definição
O site Ideal Coletivo também busca unir os militares, especialmente do Corpo de Bombeiros. O grupo pretende colocar próximo aos quartéis pontos de votação, para que os militares possam decidir quem irá representar o grupo, que já possui pelo menos 20 nomes para a disputa.
Diferente do Chapão Militar, organizado pela PM, a coordenação do site não imporá um partido para os pré-candidatos que quiserem participar. “Não temos essa exigência, pois muito dos pré-candidatos já estão apalavrados com seus partidos”, afirma o cabo Elton Lima, um dos idealizadores do site.
União difícil
Apesar de toda a mobilização dos grupos, o cabo-bombeiro prevê que ainda sim o trabalho de união das categorias será difícil para os militares. “Mesmo depois de tudo, teremos que fazer um trabalho de unificação dos grupos, por conta da divisão que existe. Os candidatos não podem pensar apenas em si, pois é a população quer renovação, tanto na Câmara Legislativa quanto na dos Deputados”, conclui.
Os militares reclamam do modelo como são dadas as promoções nas corporações e dos salários que recebem. Eles acusam os atuais representantes de terem sido omissos durante a crise que levou as corporações a realizar a Operação Tartaruga.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília