Mudanças para militares desagradam até base aliada do governo

Parlamentarem alegam que equipe econômica não havia apresentado as perdas bilionárias

(foto: Sérgio Lima/AFP)

Deputados da oposição e da base aliada reclamaram do projeto de “reestruturação da carreira” dos militares, proposto nesta quarta-feira (20/3) pelo governo em troca da reforma da Previdência da categoria.

Os parlamentares lembram que, quando a equipe econômica apresentou os primeiros números, em fevereiro, não havia mencionado as perdas bilionárias, apenas os ganhos.

O líder do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, Delegado Waldir (PR), comentou que o aumento de gastos vem em “momento difícil” e pode abrir precedente para que outras carreiras policiais peçam regras diferenciadas na reforma.

O deputado Wladimir Garotinho (PSD-RJ) já anunciou que apresentará emenda para incluir os guardas civis municipais no regime especial.

O líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), lembrou que outras categorias também podem se sentir prejudicadas. “Onde passa o boi, passa a boiada. Do mesmo jeito que há defensores dos militares, também tem muita gente chegada à classe do magistério, servidores públicos. Se começam a fazer concessões, o risco é de desfigurar totalmente a proposta e não alcançar os objetivos pretendidos“, alertou.

Questionada sobre a possível frustração dos parlamentares com a proposta, a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), mencionou a defasagem salarial dos militares e disse que “foi feito o que era possível de se fazer”.

Ela garantiu que tem tido “sinalizações positivas” de partidos de esquerda, como PSB e PDT, e que pretende dialogar até com o PT em busca de apoio. “O que escuto deles é uma reclamaçãozinha aqui ou acolá, geralmente em relação ao BPC (Benefício de Prestação Continuada) e à aposentadoria rural”, comentou.

O Correio não conseguiu encontrar nenhum deputado dessas legendas que seja a favor dos projetos enviados pelo governo.

O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), voltou a se manifestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, que propõe mudanças nas regras para trabalhadores da iniciativa privada e servidores civis. “A economia é em cima dos mais pobres, dos que mais trabalham e menos ganham“, afirmou.

Fonte: Correio Braziliense

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