Mulheres negras são maioria dos habitantes do DF

O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou, nesta sexta-feira (18), o sumário executivo do estudo “Raça/cor: O perfil étnico-racial da população no Distrito Federal”. A publicação integra a segunda edição da série Retratos Sociais DF, que apresenta análises sociodemográficas e socioeconômicas dos seguintes recortes da população a partir de dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD 2021): crianças; jovens; mulheres; idosos; negros; pessoas com deficiência e LGBTQIA+.

Para o presidente do Instituto, Jean Lima, os estudos divulgados hoje demonstram que no DF, reproduzindo a lógica da sociedade brasileira, a desigualdade social tem cor. “Em geral, a população negra tem os menores índices de escolaridade e de renda, perpetuando a estratificação entre negros e não negros e homens e mulheres. É abissal os indicadores entre mulheres negras e homens brancos. De um lado, está a base da pirâmide social, do outro o topo. Somente com políticas públicas transversais, em todos os aspectos, educacional, profissional, de saúde, mobilidade, habitação, é que as desigualdades raciais poderão ser mitigadas. Sem um olhar específico para cada aspecto o ciclo vicioso da desigualdade racial jamais será superado”, afirma.

Perfil sociodemográfico – Em 2021, 40,9% da população do DF se declarava branca (1.232.276 habitantes), enquanto 57,3% se declarava negra (1.726.929), sendo 46,2% parda (1.392.435) e 11,1% preta (334.494). Além disso, 1,4% se declarava amarela (41.813) e 0,3% indígena (9.862). As mulheres negras representavam a maioria dos habitantes da capital federal (28,7%), seguidas pelos homens negros (28,4%), mulheres não negras (23,3%) e homens não negros (19,1%).

Na análise por renda de acordo com o Critério Brasil, observou-se que a população negra era maioria nas classes D-E (74,4%), C2 (66,9%), C1 (58,7%) e B2 (51,8%), enquanto nas duas classes mais altas, A e B1, a população não negra representava 64,4% e 56,4%, respectivamente.

A região administrativa do SCIA/Estrutural possuía a maior proporção de negros entre seus habitantes, enquanto a do Lago Sul tinha a menor proporção.

Escolaridade – Apesar de serem a maioria da população, somente 26,9% das mulheres negras com 25 anos ou mais tinham ensino superior completo, a menor proporção entre os quatro grupos nessa faixa etária: homens negros (28%), mulheres não negras (42,8%), homens não negros (46,4%). A proporção de mulheres negras sem instrução (5,1%) e com ensino fundamental incompleto (14,6%) era a maior entre os grupos. Entre os homens negros, registrou-se a maior proporção de pessoas com ensino médio incompleto (6%).

Mercado de trabalho – Analisando a população ocupada, é possível concluir que as pessoas negras ingressam mais cedo no mercado de trabalho local. Entre os ocupados na faixa etária dos 14 aos 17 anos, quase 70% eram negros. Entre os trabalhadores negros, 25% estavam em posição de informalidade, frente a 20% dos trabalhadores não negros. No setor público, as mulheres não negras tinham a maior taxa de participação (23,6%) e os homens negros, a menor taxa (13,2%).

Saúde – Entre a população negra, 29,3% estava em situação de insegurança alimentar, sendo 11,1% em insegurança alimentar moderada ou grave. Entre os não negros, esses percentuais eram inferiores: 18,1% estava em situação de insegurança alimentar, sendo 6,2% em insegurança alimentar moderada ou grave. A utilização exclusiva do Sistema Único de Saúde (SUS) é predominante entre os negros (75%) e considerável entre os não negros (58%).

Fonte: IPEDF

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