O relatório de Marcelo Castro sofreu críticas pesadas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e de outros peemedebistas. Como adiantou o Fato Online, chances de aprovação da reforma são pequenas.
Apelidada como “jabuticaba” por deputados nos bastidores na Câmara, a proposta de reforma política apresentada na terça-feira (12) foi alvo de críticas de dois dos principais nomes do PMDB. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), fizeram ressalvas ao relatório elaborado pelo deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) na comissão especial.
O Fato Online mostrou que, do jeito que está, a reforma política tem boas chances de ter o mesmo destino das outras: o arquivo. Como é uma proposta de emenda à Constituição, o texto precisa de ao menos 308 votos favoráveis para ser aprovado. Deputados acreditam que, nos dois temas mais complexos, será complicado ultrapassar os 250 votos. Sistema eleitoral e financiamento de campanha obstruem a discussão.
“Hoje, a reforma política não está madura, está verde”Eduardo Cunha, presidente da Câmara
“Estou com minhas sugestões para o relator aprimorar o relatório. A nossa ideia é votar. Sou favorável a parte do que ele fez”, afirmou Cunha. Ele é contra, por exemplo, ao mandato de cinco anos, especialmente no caso dos senadores. Também disse que a coincidência de eleições, a partir de 2018, não é viável juridicamente. “Vamos debater para ver se a gente consegue costurar. Ela hoje não está madura, está verde”, completou.
Pelo texto apresentado por Marcelo Castro, deputados e vereadores seriam eleitos pelo distritão. Na prática, aqueles que receberem mais votos ganham as vagas. A outra parte que divide os deputados é o financiamento de campanha. Castro mantém o modelo misto, com dinheiro público e privado, mas proíbe que candidatos tenham seus caixas abastecidos diretamente por empresas.
Castro afirmou que pretende votar contra o seu próprio relatório. Apesar de ter colocado no parecer o distritão, ele é favorável ao distrital misto, onde os estados seriam divididos em regiões, cada uma responsável por eleger seus representantes. “Ela [a reforma política] não é do relator e nem do PMDB. Ela é do conjunto do CN e da sociedade. Temos que chegar ao texto possível aos temas que consigam unir uma quantidade maior de parlamentares e possa aprovar”, disse Picciani.
Fonte: Fato Online