Operação Apáte: PCDF deflagra operação e cumpre mandados contra golpistas interestaduais

Operação Apáte: PCDF deflagra operação e cumpre mandados contra  golpistas interestaduais  

 A Polícia Civil do Distrito Federal – PCDF, por meio do trabalho investigativo da equipe da 14ª DP, deflagrou, na manhã desta sexta-feira (6), a Operação *Apáte para dar cumprimento a sete mandados de prisão e seis de busca e apreensão no Distrito Federal. A operação conta com o apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE) e envolve 40 policiais civis do DF.

A operação resultou na prisão de  quatro acusados dos sete investigados, e cumpriu cinco mandados de busca, sendo apreendidos cartões bancários e identidades de vítimas, além de um veículo utilizado no cometimento dos crimes.

As buscas desta manhã têm como objetivo a consolidação e o robustecimento dos elementos probatórios já coligidos para conclusão do inquérito em andamento, visando sedimentar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, a eventual identificação de outros envolvidos, apreensão de documentos de vítimas, além da apreensão de bens e valores para ressarcimento das vítimas.

 Investigações do grupo criminoso

As investigações visaram desarticular dois grupos criminosos, um deles com quatro integrantes e outro, com três, totalizando sete homens e duas mulheres especializadas em crimes de estelionatos, na modalidade popularmente conhecida como Conto do Paco, praticados em cidades do Distrito Federal e nos Estados de Goiás e Minas Gerais.

De acordo com as apurações, alguns dos investigados colecionam 15 inquéritos; um deles 37 e um terceiro 42 indiciamentos pelo mesmo crime, inclusive, um dos integrantes já possui 34 mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Crimes praticados

Os suspeitos estão sendo investigados pela prática de crimes de estelionato (art. 171, caput do CP) e associação criminosa (art. 288, caput do CPB); e, caso condenados, podem pegar até dez anos de prisão.

As duas investigações que subsidiam a operação foram iniciadas a partir da constatação de aumento do número de casos envolvendo esse tipo de golpe:

“A Polícia Civil tem à sua disposição painéis estatísticos que mostram o aumento ou diminuição de crimes específicos, locais de maior incidência, mapas com manchas criminais e diversos recursos e, ao se constatar qualquer alteração direciona seus recursos humanos e materiais para combater qualquer aumento de um determinado delito em uma região do DF e de forma mais específica nos setores das cidades satélites”, explica o delegado da 14ª DP, William Andrade Ricardo.

Ao realizar as prisões, a equipe de investigação irá colher depoimentos das vítimas e submetê-las a reconhecimento pessoal dos investigados.

 Perfil das vítimas e o modus operandi dos criminosos

“É importante ressaltar que as vítimas desses grupos criminosos geralmente são mulheres maiores de 50 anos que, mensalmente, vão até suas respectivas agências bancárias para sacar aposentadorias, pensões e benefícios. Os golpistas atuam na frente dessas agências bancárias verificando possíveis alvos que saíram do local com quantias em dinheiro sendo que um deles (normalmente uma pessoa do sexo masculino), propositadamente, faz cair, na frente da vítima, uma carteira ou bolsa contendo documentos e/ou dinheiro, sendo que nesse instante, em geral, uma mulher, comparsa, aborda a vítima e, juntas, devolvem o bem perdido ao homem que, ao receber o bem de volta, promete a ambas uma recompensa a ser retirada em determinado local”, destaca o delegado.

Os criminosos ao chegarem no local na companhia dá vítima informam que não podem entrar com nenhum objeto pessoal. Para vencer qualquer resistência da vítima, a mulher (comparsa) deixa a bolsa com a vítima, entra no estabelecimento e volta dizendo que ganhou a tal recompensa, mostrando inclusive algum valor em espécie.

Dessa forma, a vítima acreditando na história, também deixa seus pertences com a mulher (comparsa), entra na casa ou no estabelecimento, mas não encontra a pessoa que teria perdido sua carteira ou bolsa. Ao sair, a mulher—que aguardava do lado de fora— já não está mais no local, tendo levado todos os pertences da vítima e, quase sempre, todo o valor do salário, aposentadoria, pensão ou benefício que ela havia sacado no banco.

 Alerta da PCDF

Já foram identificadas várias ocorrências em diversas delegacias do DF nos quais as pessoas presas na data de hoje são suspeitas de serem os autores desses mesmos tipos de golpe.

Qualquer vítima que reconhecer os autores poderá procurar a Delegacia de Polícia mais próxima para informar acerca da autoria dos crimes dos quais foram vítimas.

“Importante também ressaltar a necessidade do registro da ocorrência, pois é muito comum em caos de estelionato, com elucidação de um crime ou o desencadear de uma operação como essa seja esclarecido muitos outros crimes que até então estavam sem identificação dos autores, explica o delegado William Ricardo.

Investigações e denúncias

As investigações prosseguirão com o objetivo de elucidar outros integrantes e o maior número de casos ocorrências possíveis em todo o DF.

As fotos dos criminosos foragidos serão divulgadas em breve pela autoridade policial da 14ª DP, visando identificar mais vítimas, colher denúncias e informações anônimas acerca do paradeiro desses foragidos  para o devido cumprimento das ordens judiciais de prisão temporária e preventiva.

As imagens dos envolvidos presos nesta data também serão divulgadas para que outras vítimas possam reconhecê-los e a polícia possa elucidar crimes ainda sem autoria.

“Há ocorrências espalhadas por todo o DF e, dessa forma, a divulgação é essencial para que as vítimas possam reconhecê-los. As denúncias também poderão ser feitas via Disque-Denúncia (197)”, conclui o delegado da 14ª DP.

 Reconhecimento formal dos criminosos

Para o cometimento do crime, os golpistas fazem contato pessoal muito próximo com as vítimas e, em geral, permanecem por algum tempo na companhia dos criminosos. Desse modo, para auxiliar as investigações, os policiais realizam sessão de reconhecimento pessoal e fotográfico dos criminosos na sede da delegacia.

Cumpridas as formalidades legais, os presos foram recolhidos à carceragem da PCDF, onde permanecem à disposição da Justiça do DF.

*O nome da operação faz referência à mitologia grega no qual Apate (em grego Ἀπάτη) era um espírito que personificava o engano, o dolo e a fraude.

Fonte: PCDF

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