
Por Patrícia Firmino
Vivendo meu proposito nesta vida, sou Patrícia Firmino, Psicanalista, Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa – SBPI, com especializações em Dependência Química e Psicopatologias pela FMUSP, e extensão em Finitude e Cuidados paliativos.
A pandemia – entre outras coisas – me direcionou a um armário, no canto esquerdo da sala do apartamento, onde guardo livros já lidos. O isolamento – e o esgotamento das opções de distração – me proporcionou um novo encontro com Viktor Frankl, médico que passou por 04 campos de concentração, onde tomado e transformado pela dor escreveu seu primeiro livro.
Estivemos “juntos” há algum tempo no passado, através de algum professor da Faculdade e lembro que foi um encontro cheio de significados.
Viktor te abraça e permite ser abraçado a cada virada de página, é incrível! Após o impacto do primeiro encontro, o segundo, durante a pandemia, conseguiu ser ainda mais surpreendente, porque me trouxe mais respostas do que perguntas e todas elas repletas de significados. Sua escrita é como uma dança suave sobre o sentido da vida e, principalmente, um passo definitivo para o que está além do que se vive.
Sendo o sofrimento uma grande oportunidade de crescimento pessoal dependendo de como cada pessoa o enfrenta, o que esta pandemia pode oportunizar? Penso que algumas experiências ganham sentidos definitivos, capazes de ressignificar toda uma vida. Faria sentido para Viktor?
Então o proposito da vida está associado ao sentido que se dá a esta vida?
Frankl mapeou o sentido da vida como a interpretação em direção ao viver. Com muita licença poética penso que também a rede cognitiva-afetiva que abrange metas, comportamentos e auto avaliação compõe parte desse todo.
Talvez o sentido da vida esteja no equilíbrio entre as perdas e ganhos, na interpretação e percepção que cada individuo tem delas em suas experiências. O que fazemos com aquilo que o mundo nos oferece?
Estar no mundo em prol de algo, dar um proposito e encontrar significados é o/um caminho. Relacionar coisas, pessoas e experiências considerando as partes e não o todo, pode ser caminho também.
Cada pessoa constrói ativamente o significado de sua vida.
Gratidão pelos encontros, Viktor Frankl.
* Patrícia Firmino é Psicanalista, Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa – SBPI, com especializações em Dependência Química e Psicopatologias pela FMUSP, e extensão em Finitude e Cuidados paliativos.
excelente texto. sensível