Partido Democrata busca rumos para sobreviver à vitória de Trump

20161120085107595016uA carruagem está prestes a virar abóbora para o Partido Democrata, depois de oito anos na Casa Branca. Quando Donald Trump for empossado presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, os correligionários de Barack Obama deixarão de ser governo para assumir o papel de oposição, em Washington. Embora perca os motores do Executivo, o time azul — a cor que representa a legenda — chegará à próxima etapa no jogo político em posição privilegiada para exercer pressão sobre o polêmico empresário. Enquanto tratam de se reformular para fazer frente à nova realidade, os democratas têm o desafio de preparar o terreno para as próximas e complexas batalhas eleitorais.
Embora Trump tenha levado os republicanos de volta à mansão presidencial, e inicie o mandato com maioria em ambas as casas do Congresso, os futuros opositores podem enxergar o copo meio cheio. Além da vantagem obtida por Hillary Clinton no voto popular — ela superou Trump em mais de 1 milhão de votos, apesar de ter perdido a disputa pelo Colégio Eleitoral — ampliaram modestamente as bancadas no Capitólio: duas cadeiras a mais no Senado, onde terão 48 das 100 vagas, e seis a mais na Câmara, onde terão 193 dos 435 deputados.
Joel Sievert, professor de ciência política da Texas Tech University, observa que o primeiro desafio para os democratas é compreender os resultados de 8 de novembro e encontrar um modo de transformar os pequenos trunfos, em especial a vantagem no voto popular, em vitórias nas eleições de 2018 — para a Câmara, os legislativos estaduais e governos de estado. “Eles têm ido muito mal nessas disputas, e isso será especialmente importante à medida que nos aproximarmos do censo de 2020”, explica. A recontagem da população, feita a cada 10 anos, orienta a divisão dos distritos eleitorais. “Se eles não conseguirem ganhos nos estados, será difícil que avancem no Legislativo federal”, pondera.
As midterm elections, como são chamados os pleitos na metade do mandato presidencial, são vistas como desafio para a Casa Branca e oportunidade para a oposição, mas o ciclo de 2018 trará um cenário mais difícil para os democratas do que o vivido neste ano.
Se no último dia 8 os aliados de Hillary e Obama defendiam apenas 10 cadeiras no Senado, dentro de dois anos terão 23 mandatos a defender. “Entre essas cadeiras estão as de Montana, Missouri e Indiana, estados que tendem a favorecer os republicanos”, observa Sievert. O estudioso, porém, recorda que as midterm, muitas vezes, punem o partido que comanda a Casa Branca. “O objetivo dos democratas será recrutar candidatos fortes, que possam trabalhar de forma agressiva para vincular os adversários ao governo Trump.”
Fonte: Correio Braziliense
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