Paulo Octávio se encontra entre a cruz e a espada por todos os lados

Da redação do Conectado ao Poder

P.O conta com processos de impugnação de registro da candidatura, questionamentos pesados e vice na trilha errada

Após desistir de brigar pela cadeira do Palácio do Buriti, Rafael Parente (PSB) retirou seu nome do processo de impugnação de registro da candidatura de Paulo Octávio (PSD), realizado na última terça-feira (23). Agora, o partido PSB segue como requerente da ação.

De acordo com o pedido, o registro da candidatura do empresário deve ser negado, pois ele não deixou a direção de empresas que têm contratos com o GDF. A legislação diz que os candidatos devem, seis meses antes das eleições, se desligar das funções de direção ou administração em empresa que mantenha contrato de execução de obras, prestação de serviços ou de fornecimento de bens com o poder público. Segundo o partido, Paulo Octávio não cumpriu essa regra.

A Coligação Unidos pelo DF, do candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB), também apresentou pedido de impugnação da candidatura de P.O.

“A impugnação protocolada apresenta ao Tribunal os elementos que demonstram clara inelegibilidade do impugnado. Trata-se de candidatura inviável do ponto de vista jurídico e, nos termos dos pedidos formuladas na impugnação, não deve receber recursos públicos para o seu financiamento e, caso receba, que se determine o ressarcimento no caso de confirmação do indeferimento do registro de candidatura”, disse o advogado da coligação, Bruno Rangel.

O futuro de Paulo Octávio está nas mãos da justiça eleitoral, que tem até 12 de setembro para manter ou retirar sua candidatura.

Debate

O recente debate entre candidatos ao GDF, no Metrópoles, foi uma ocasião para que os jornalistas também interrogassem os candidatos. O jornalista Rodrigo Rangel fez uma pergunta com ênfase na honestidade de Paulo Octávio.

“O senhor foi eleito vice-governador do DF na chapa de Arruda, depois assumiu o governo, na sequência deixou o cargo, em decorrência da Operação Caixa de Pandora, que foi o maior escândalo de corrupção já visto na história política local, o senhor também já foi alvo de graves acusações do Ministério Público e chegou a ser preso por suspeita de corrupção em um caso que envolveu a liberação do alvará de um shopping de sua propriedade. Além disso, o senhor recebe por mês mais de R$ 2 milhões com aluguel de imóveis para o GDF. Se eleito, como garantir que o senhor fará um governo honesto?”, interrogou.

Como resposta, Paulo afirmou que o governo Arruda teve alta aprovação, com grandes realizações, no entanto a sua renúncia veio “por amor a Brasília”. Quanto a sua prisão, ele diz que “se eu fui preso por ter feito um empreendimento privado, sem recursos públicos, e gerado milhares de empregos, me prendam mil vezes, mas não vou deixar de gerar empregos.”

Renúncia

Em 2010, após assumir o governo do DF, no lugar de Arruda (PL), P.O ficou por apenas 13 dias na liderança do DF, pois renunciou ao cargo e quem assumiu foi o ex-deputado distrital Wilson Lima, o então presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF).

Para alguns candidatos, como Izalci Lucas (PSDB), há a sensação de preocupação em ter Paulo no Buriti. “Você teve 13 dias como governador e renunciou no momento em que Brasília realmente precisava de um governante, quem garante que você não renunciará novamente em um próximo mandato, se for eleito?”, perguntou durante debate do Correio Braziliense.

Para justificar, o empresário trouxe problemas do partido. Naquele momento, a crise era do partido e não tinha sustentação política para continuar, então, às vezes, o político tem que saber o momento certo de fazer as posições corretas e a renúncia foi a posição mais correta naquele período”, disse.

Vice

De acordo com investigações da Polícia Federal, o vice na chapa de Paulo Octávio, Luis Felipe Belmonte (PSC), está sendo investigado por ter repassado recursos para Jair Renan, filho de Bolsonaro, para a advogada Karina Kufa e o marqueteiro Sérgio Lima, os dois últimos prestam serviços para o presidente da República.

Segundo dados, Jair Renan recebeu R$ 9,5 mil, Karina Kufa, R$ 634 mil e Sérgio Lima, R$ 1,5 milhão. Os repasses vieram à tona com a operação deflagrada a pedido do procurador Augusto Aras sobre os atos antidemocráticos contra o STF praticados por grupos de extrema direita, em que Belmonte teve seu celular e computadores apreendidos.

- Publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui