A ordem no Palácio do Planalto é tentar ficar distante o máximo possível da prisão de José Dirceu e blindar a presidente Dilma Rousseff dos desdobramentos do episódio. Apesar de negativas, o tema foi tratado por ministros na manhã desta segunda-feira pouco antes da reunião de coordenação política.
A constatação reservada é de que a prisão do ex-chefe da Casa Civil na volta do recesso parlamentar muda a pauta política de Brasília.
Na avaliação de um assessor palaciano, a expectativa inicial era que o centro das investigações seria em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontado em delação por Júlio Camargo, da Toyo Setal, de ter pedido R$ 5 milhões de dólares em propina.
O Palácio do Planalto apostava que o episódio envolvendo Cunha daria uma folga política ao governo. Mas com a prisão de Dirceu, a pressão política será retomada com força no Congresso Nacional. Além disso, pode ajudar a mobilizar protestos contra o governo neste mês de agosto.
Fonte: G1