Plano Distrital da Educação começa a ser debatido com críticas ao modelo de ensino

IMG_8139Em audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), na manhã desta sexta-feira (8), a Câmara Legislativa começou a discutir a proposta do Plano Distrital de Educação (PDE) para os próximos 10 anos. Além de atrair vários distritais, o debate em plenário teve a participação de dezenas de educadores e representantes de entidades ligadas à educação pública no DF. Nos pronunciamentos prevaleceram as críticas ao modelo atual da gestão de ensino, às dificuldades de melhoria na qualidade da educação e à falta de apoio técnico aos professores, em sala de aula.

Os principais temas discutidos no Plano, formulado por um fórum específico, foram englobados em 21 metas prioritárias, conforme o documento que está sendo analisado pelos educadores do DF, deputados distritais, membros do governo e representantes de entidades, como o Ministério Público e sindicatos dos professores (Sinpro) e dos auxiliares de ensino (SAE).

Ao abrir o debate, o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT), presidente daquela Comissão, alertou que o Plano de Educação “é fundamental para o futuro das próximas gerações”. Veras anunciou também que a comissão vai realizar, nos próximos dias, outra audiência pública específica para discutir a questão da violência no perímetro das escolas.

“A aprovação do documento final, após a discussão do Plano, é o tema mais importante entre as votações a serem realizados neste plenário este ano”, enfatizou o deputado Joe Valle (PDT), antes de cobrar dos secretários ligados à educação que não aceitem o contingenciamento dos recursos previstos no Orçamento. “Se não for assim, é melhor renunciar ao cargo pois a missão deles não terá sentido”, sentenciou.

O deputado Prof. Israel (PV) alertou que o novo PDE deve ter como principal objetivo a busca da melhoria da qualidade de ensino oferecida aos estudantes. “A crise no ensino médio é alarmante, pois ele não está formando cidadãos para enfrentar as dificuldades da vida, nem os prepara bem para os vestibulares”, ressaltou.

Já o distrital Wasny de Roure (PT) destacou a relevância de o novo Plano consolidar os avanços da lei da gestão democrática, enquanto o colega Chico Leite (PT) lembrou que não basta apenas se ter uma lei adequada para a gestão da educação. “O Plano tem que atender aos interesses dos protagonistas da educação, que são os educadores e estudantes”, defendeu o parlamentar, enfatizando que uma das metas principais a serem cumpridas é a isonomia salarial entre os professores e servidores das demais carreiras do GDF, com escolaridade equivalente.

“Ferocidade” – Em sua manifestação sobre a relevância de o Plano contemplar os interesses de todos os segmentos envolvidos na educação pública, o secretário de Educação do DF, Júlio Gregório, defendeu mudanças para melhorar a relação entre estudantes e professores. “Existe hoje uma ferocidade entre os alunos, pois os jovens não estão conseguindo lidar com os vários problemas que os atingem”, advertiu.

O representante do Sindicato dos Professores (Sinpro), Jairo Mendonça, explicou que a entidade vem participando da elaboração do PDE desde o início da construção do texto, enfatizando que as 21 metas propostas estão fundamentadas nos princípios gerais da educação pública democrática. Também o representante do Ministério Público do DF, Cláudio Vinícius Ferreira, manifestou a “relevância enorme” que o novo plano distrital terá para o DF. Ele destacou que o Plano precisa ser bem executado pelos gestores e fiscalizado pela sociedade.

Algumas metas prioritárias do Plano

Universalizar até 2016 a educação infantil na pré-escola para crianças de quatro a cinco anos e ampliar a oferta de educação infantil em creches públicas.
Garantir o acesso universal ao ensino fundamental, assegurando a permanência e a aprendizagem dos estudantes, a partir dos seis anos de idade, no Ensino Fundamental por nove anos.
No Ensino Médio, universalizar até 2016 o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos.
No Ensino Especial, universalizar o atendimento educacional aos estudantes com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades, independentemente da idade.
Na Educação em tempo integral, oferecer, no mínimo, 60% dessa modalidade, atingindo, pelo menos, 33% dos alunos da Educação Básica.

Fonte: cl.df.gov.br

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