Equipe só sairá para diligência se tiver ao menos três agentes, diz Sinpol.
Eles pedem contratações; Ocorrência e investigação podem parar na terça.
Policiais civis do Distrito Federal decidiram em assembleia nesta quinta-feira (21) que darão início a uma “operação padrão” a partir desta sexta (22), em um protesto por melhores condições de trabalho. Segundo o sindicato da categoria, os agentes só vão deixar as delegacias para diligências, capturas e localização de veículos roubados, por exemplo, se houver pelo menos três policiais na viatura.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, afirmou em entrevista à TV Globo que a exigência é o padrão ensinado na Academia de Polícia. Segundo ele, a realidade nos plantões das delegacias é precária, com três ou quatro policiais para cumprir todas as funções, o que dificulta as diligências externas.
A categoria também agendou uma paralisação mais abrangente para a próxima terça-feira (26), quando as investigações e o registro de ocorrências não criminais serão suspensas por 24 horas. Até as 18h40 desta quinta, o GDF ainda não tinha se posicionado sobre o assunto.
Segundo o sindicato, cerca de 800 agentes participaram da assembleia nesta quinta, em frente ao Palácio do Buriti. A entidade calcula uma média de 2 homicídios por dia no DF, e diz que o número de policiais em atuação é insuficiente para investigar todos os casos.
Sem efetivo
A principal reivindicação é a nomeação de 500 agentes aprovados em concurso e que já concluíram a formação na academia militar. Segundo o Sinpol, o número seria suficiente apenas para recompor as aposentadorias previstas para 2015, e não representaria aumento real no número de policiais.
Dados da Polícia Civil divulgados em abril deste ano indicavam um déficit de 47% no efetivo e a possível aposentadoria de 679 membros da corporação até dezembro. Nem mesmo a convocação de todos os aprovados no último concurso e a contratação do previsto nos certames em andamento atenderiam à demanda.
Ao comentar os números, o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, disse que negociava com o governo o escalonamento das nomeações entre maio e dezembro.
“A gente não pode perder essa oportunidade porque são profissionais que já fizeram o curso, ou seja, houve investimento do Estado neles, e há necessidade. A gente entende que o governo Rollemberg pegou um estado com seríssimas dificuldades financeiras e precisa equacionar todo esse contexto de descontrole, só não podemos deixar a coisa acomodar.”
Fonte: G1