População comemorou a desocupação da orla com piquenique

20150831101410Conforme as áreas forem liberadas, a promessa é que outros isoporzinhos sejam organizados.

“Nós viemos ocupar o lago”, definiu o servidor público Roberto Araújo, de 49 anos, ao justificar a presença no Parque Asa Delta, na Península dos Ministros do Lago Sul. A ocupação, no entanto, foi tímida. Até o fim do evento “isoporzinho”, a estimativa da organização é que 1,5 mil pessoas tenham comparecido. Nas redes sociais, o chamado contava com mais de 13 mil confirmações. Ainda assim, não faltou animação. No meio da tarde, teve até samba à beira lago. Nada melhor para quem ia comemorar o aniversário no local, como Larissa Tosta, de 32 anos.

“Juntei o útil ao agradável. Quando soube que a orla estava sendo liberada, tive a ideia. E não me arrependo. A população de Brasília esperou muito para que isso acontecesse. Hoje, só tenho motivos para comemorar”, disse a moradora da Asa Sul. Para ela, o evento estava mais tranquilo do que o esperado. “Achei que fosse ter mais gente. Mas, tá ótimo assim. Organizado como tem de ser”, salientou.

Roberto e a família saíram cedo do Guará para aproveitar o domingo na beira do lago – e também dentro dele. Com um isopor recheado de alimentos e bebidas, logo encontraram uma sombra, puxaram uma cadeira e curtiram o primeiro fim de semana após o início das operações da Agência de Fiscalização (Agefis), que liberou 39 mil metros quadrados. Com início às 9h, a maior parte dos visitantes chegou após às 13h.

“É ótimo ter um lugar aberto onde qualquer um pode chegar independentemente da cidade satélite onde mora. Tem de acabar com esse preconceito que existe de que nem todos podem usar o lago”, afirmou o servidor público Roberto Araújo, garantindo que a água gelada era apenas um detalhe. Mas ele teve de recolher o lixo, como latas de cerveja, quando chegou e lembrou da necessidade de preservação. “É preciso ter infraestrutura e a população tem de colaborar. Temos de fazer nossa parte, cobrou Roberto reconhecendo a necessidade da população utilizar o local e manter a  área limpa para que os outros a encontrem limpa.

Desocupação

“Essa desocupação foi a melhor coisa que fizeram até agora. O espaço se abre para quem quiser vir. É ótimo trazer as crianças, mas também é bom em relação ao meio ambiente”, considerou o rodoviário André Alves, 30 anos. Ele, a esposa Jocilei Sá, diarista,34 anos, e a família saíram de São Sebastião e do Paranoá para ir até a orla de tarde. “Agora vai dar para aproveitar melhor esse espaço e ainda tem uma parada de ônibus na frente”, comemorou ela.

 Saiba Mais

Os organizadores fizeram uma arrecadação online de recursos para garantir a estrutura do evento, incluindo banheiros químicos.

Conforme as áreas forem liberadas, a promessa é que outros isoporzinhos sejam organizados.

Quatro viaturas, seis motos, uma base móvel da Polícia Militar e uma lancha da corporação garantiram a segurança do evento, que não registrou nenhuma ocorrência. Bombeiros, Detran e Agefis também estiveram presentes.

Churrasco animado e local limpo
 
Durante o evento, lixeiras foram disponibilizadas pelo Serviço de Limpeza Urbana e espalhadas pelo parque, mas isso não impediu que alguns descartáveis ficassem pelo caminho. A organização, no entanto, se comprometeu a recolher o que ficasse para trás. E, de fato, cumpriu: no fim da tarde, sacos de lixo se encheram com os restos deixados. Até crianças ajudaram a recolher a sujeira deixada para trás.
Apesar de churrasco ser estritamente proibido no local, por ser área de preservação ambiental, ele foi feito por pelo menos três grupos, que não foram incomodados ou alertados pelos órgãos de fiscalização. Já a bebida alcoólica, que futuramente não será permitida na área desocupada, foi liberada apenas em função do evento para consumo próprio. Ambulantes foram barrados na entrada do parque.
O parque foi escolhido como local simbólico e acessível, explica Jiula Campos, estudante, de 25 anos. “A área desobstruída ainda não tem condições de receber um evento desse porte. Tem muito entulho e alguém poderia ter se machucado. Nós conseguimos a liberação para o isoporzinho aqui e isso é ótimo. Nós demoramos muito para conseguir esse espaço. Temos de comemorar. A ideia é democratizá-lo com consciência”, argumentou a estudante. E completa: “o legado que fica é a conquista de um espaço público”.

Fonte: Jornal de Brasília

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