Da redação do Conectado ao Poder
Aquisição de parte do Banco Master impulsiona ações do BRB e vira alvo de disputa política entre governo do DF e opositores ligados ao Planalto

A operação de aquisição de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) se transformou em um dos principais alvos da oposição ao governo do Distrito Federal. Lideranças da esquerda local têm questionado a legalidade da transação, que ainda aguarda aval do Banco Central. O movimento, no entanto, é interpretado nos bastidores como uma tentativa de neutralizar a alta rejeição do governo federal entre os eleitores de Brasília, em contraste com os altos índices de aprovação da gestão de Ibaneis Rocha.
Apesar das críticas, o mercado reagiu de forma positiva. As ações do BRB dispararam após o anúncio da negociação, reforçando a confiança dos investidores na solidez da instituição. A operação é vista como um passo estratégico para ampliar a atuação do banco público, que passou por um processo de reestruturação desde o início da atual gestão. “O BRB deixou de ser manchete policial e virou referência nacional”, tem afirmado o governador Ibaneis Rocha.
Fontes ligadas ao governo do DF apontam que há articulação política nos bastidores do Congresso, incentivada por aliados do presidente Lula, para minar a diretoria do banco e barrar o avanço da transação. Segundo relatos, a ofensiva ocorre no momento em que o Palácio do Planalto tenta recuperar terreno perdido em regiões onde enfrenta maior resistência popular.
Desde 2019, quando assumiu o comando do DF, Ibaneis Rocha iniciou um processo de modernização do BRB, marcado por investimentos em tecnologia, expansão de serviços e limpeza da imagem institucional. A meta, segundo o governo, foi afastar o banco das práticas adotadas em gestões anteriores, quando escândalos de corrupção atingiram em cheio a antiga diretoria. Hoje, o BRB é apontado por executivos do mercado financeiro como um dos casos de maior sucesso entre os bancos públicos do país.