Um dia após a votação da emenda à Lei Orgânica que garantiria a reeleição na presidência da Câmara Legislativa, o PPS sinaliza para um rompimento com o governo de Rodrigo Rollemberg. Em nota, o partido da presidente da Casa, Celina Leão (foto), diz que a decisão do governador de interferir na votação levou a sigla “ a suspender os entendimentos (com o governo) até que surja um momento mais adequado para retomar o diálogo.”
O presidente do PPS-DF, Chico Andrade, disse que o partido se reuniria com Rollemberg na segunda-feira para apresentar propostas para a cidade. O episódio, que ele chamou de “interferência descabida”, paralisa as negociações, que ele garante, não têm nada a ver com cargos. “Somos solidários à deputada, que faz um belíssimo papel à frente da Câmara.”
Demissão recusada
Celina orientou o administrador de Sobradinho II, Estevão Reis, que entregasse o cargo, já que, da parte dela, está rompida com o governo. Rollemberg recusou. “Entreguei quatro ofícios pedindo o governador para tirar todo mundo. Ele nunca tirou”, argumenta a deputada, para quem Rollemberg, ao recusar a demissão, reconhece que Reis é parte da equipe que o fez governador. “Fui para a campanha quando Rollemberg tinha 3% das intenções de votos. Ele não tinha ninguém para coordenar a campanha e o Estevão foi ajudar em Sobradinho”.
O sentimento de 99,99% do partido, conforme ela conta, é pelo rompimento com o governo. “Temos também total apoio do senador Cristovam Buarque”, conclui.
O secretário adjunto de Assuntos Legislativos, José Flávio de Oliveira, diz que o governador não interferiu na votação da emenda e que não considera Celina fora da base.