Da redação do Conectado ao Poder
Um parecer da Procuradoria-Geral da CLDF sugere a cassação da deputada Paula Belmonte por quebra de decoro parlamentar.

Um parecer da Procuradoria-Geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal recomendou a cassação da deputada Paula Belmonte por suas declarações sobre o “teste do sofá”. A recomendação foi datada de 22 de setembro de 2025, após uma série de acusações de assédio sexual envolvendo o deputado Daniel Donizet. A fala de Belmonte, feita durante uma entrevista na TV Globo, levou servidoras e ex-servidoras do gabinete de Donizet a moverem uma representação contra ela.
A deputada, que também é Procuradora Especial da Mulher na CLDF, afirmou que havia exigências de “teste do sofá” para permanecer no gabinete, uma declaração considerada “gravíssima” e que, segundo as autoras da representação, violou o decoro parlamentar. Elas alegam que a fala de Belmonte causou ofensa à honra das mulheres e gerou constrangimento, o que levou ao pedido por um Processo Disciplinar.
“Eu não estou dizendo que acontecia, a gente está fazendo essa investigação”, declarou a deputada ao ser questionada sobre as denúncias. O grupo de servidoras ressalta que sua fala é desprovida de base factual e prejudica a imagem institucional da CLDF, especialmente por ela ocupar um cargo voltado à proteção dos direitos das mulheres.
Em defesa, Paula Belmonte sustenta que a representação não tem fundamento, afirmando que suas palavras foram distorcidas. Ela também menciona que sua fala está dentro da sua imunidade parlamentar, já que faz parte de suas funções denunciar e combater o assédio contra mulheres. Atualmente, há onze denúncias contra Daniel Donizet no âmbito da Procuradoria Especial da Mulher.
A Procuradoria-Geral da CLDF, por sua vez, afirmou que sua análise foi formal, sem entrar no mérito das acusações. No entanto, reconheceu que o caso de Belmonte tem relação direta com as investigações em andamento sobre Donizet, o que torna a sua defesa mais complexa. O parecer ressaltou que a continuidade do processo é necessária para evitar decisões contraditórias.
“As conclusões tomadas pela Mesa Diretora nos feitos conexos conduzem, forçosamente, ao processamento desta representação em desfavor da Excelentíssima Deputada”, finalizou a Procuradoria em seu parecer.










