Desconfio que os marketeiros do Partido dos Trabalhadores criaram um mundo perfeito que só existe dentro das propagandas. A realidade nos Estados governados pelo PT é bem diferente do que assistimos nos comerciais. Em 2010 na Bahia a diferença da propaganda com o mundo real fez com que o grande sucesso da campanha eleitoral, tenha sido um samba que dizia: “eu quero morar na propaganda do governo da Bahia, lá é tudo maravilha, tão diferente do que eu vejo no meu dia a dia.”
Em Brasília a realidade não é diferente. O governador Agnelo Queiroz afirmou recentemente que após um ano da inauguração o Mané Garrincha supera todas as expectativas de sucesso da obra. Na propaganda pode ser assim, mas na vida real o estádio não é exatamente um sucesso. O valor gasto com a obra foi contestado por órgãos de controle e recentemente foi divulgado que o estádio foi mais caro que uma arena luxuosa construída no rico Emirados Árabe do Catar.
O fenômeno publicitário também passa pela educação noticiando elevados índices de qualidade. Na vida real, os diretores não conseguem receber os fundos públicos para manter as escolas funcionando. É comum alunos saírem mais cedo por falta de professores ou porque não tem comida para fazer o lanche.
A saúde é o exemplo mais absurdo. Na cidade da propaganda o atendimento é feito na hora, sem espera e os remédios nunca faltam. No mundo real o tempo de espera dura entre 12 a 15 horas. Não há médicos, não há remédios, seringas e nem gazes.
É prática comum do PT, usar a verba de publicidade para lustrar a realidade e, daí, angariar dividendos eleitorais, mas gostaria de dizer que com a verba de 300 milhões que está sendo usada para esse fim, o GDF poderia construir dois hospitais iguais ao de Santa Maria. Poderia recuperar a CEB e construir 50 escolas para mais de mil alunos cada. Dava para fazer as redes de águas pluviais no Noroeste e evitar as inundações na Asa Norte.