Levantamento do IBOPE Media, unidade de negócios do Grupo IBOPE responsável por abastecer o mercado com pesquisas sobre o consumo de todos os meios midiáticos, revela que 134 milhões de pessoas, a partir dos 10 anos de idade, têm um telefone móvel no Brasil. Destas, 52 milhões têm acesso à internet pelo celular e, dentro deste universo, 20 milhões possuem smartphones conectados na web. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicação, até junho deste ano, o Distrito Federal contava com 6.217.434 celulares habilitados, sendo 4.754.100 pré-pagos e 1.463.334, pós-pagos. E esses números crescem a cada dia.
De olho neste cenário, alguns jovens têm apostado em um segmento que, há poucos anos, era tido como uma área sem futuro dentro da comunicação: as rádios. Mas não se trata de emissoras no sentido convencional, que transmitem por meio de uma frequência e são regulamentadas e fiscalizadas pela Anatel. Na verdade, a aposta destes empreendedores é nas chamadas ‘rádios web’, que funcionam por meio da rede mundial de computadores e que podem ser acessadas por qualquer dispositivo conectado, o que a torna bem mais acessível ao público em geral.
Um exemplo é a Rádio Federal, que funciona pelo endereço www.radiofederal.com.br ou por meio de um aplicativo, disponível tanto para os sistema IOS como para o Android. Idovan Araújo, proprietário desta ‘rádio web’, explica porque decidiu investir nesse segmento. “A produção de conteúdo livre me dá liberdade muito maior do que as rádios tradicionais. Além disso, tento expor Brasília para os brasilienses, algo que me diferencia, pois colocar somente música não seria uma rádio, e sim um streaming”, afirma.
‘Streamings’ são reprodutores de conteúdos que podem ir desde sequências programadas de músicas até shows, passando por palestras. Já no caso das ‘rádios web’, existe uma programação diária, bem definida e, inclusive, com a veiculação de anúncios publicitários. “O potencial é grande, mas é preciso ter foco. Tenho tido grande retorno com a minha rádio, tanto que vivo em função dela hoje em dia”, conta Idovan.
Segundo o consultor de rádios Gabriel Passajou, as ‘rádios web’ evidenciaram, para as rádios AM/FM, a necessidade de migração para o universo virtual. “Um dos motivos pelo qual todos os meios tradicionais de comunicação estão migrando para a web é pelo fato do consumidor, agora, ter voz própria e, através da internet, filtra de acordo com seu gosto. Não é mais aquela ideia clássica de emissor, mensagem e receptor. As ‘rádios web’ são a percepção deste fenômeno”, afirma. Apesar da Rádio Federal ser a maior do segmento aqui no DF, outras emissoras via web também estão ganhando espaço no mercado brasiliense, como a Rádio Estúdio, que opera no endereço www.radioestudio.com.br, e a Rádio Palavra da Fé, que pode ser acessada pelo www.palavradafe.radio.br.