A Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar, IPC, afirma que mais 2,5 milhões de pessoas na República Democrática do Congo estão em insegurança alimentar aguda desde o ressurgimento da violência no país africano, em dezembro.
A análise revela que cerca de 28 milhões de congoleses estão em insegurança alimentar aguda. Esse é o maior número já visto na história do país e representa 24% da população.
Congoleses começam a voltar para casa
As áreas mais afetadas estão no leste da RD Congo, que vive um conflito entre forças do governo e rebeldes do movimento M23, que é apoiado por Ruanda, a nação vizinha.
Para compilar a análise, os funcionários do Programa Mundial de Alimentos, WFP, entrevistaram deslocados internos pela violência.

Pessoas fogem dos distúrbios na cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo.
As províncias mais afetadas são Kivu Norte, Kivu Sul, Ituri e Tanganyika com mais de 10,3 milhões de pessoas na fase 3 ou num nível mais alto. Atualmente, existem 14 sítios de deslocados internos, seis a menos que em setembro passado.
Todos foram fechados em Goma, capital do Kivu Norte, e uma das áreas mais afetadas pelos confrontos.
No início de fevereiro, quase um terço de deslocados internos na região estavam vivendo em acampamentos. No mesmo mês, várias pessoas começaram a voltar à casa e em quase metade desses casos, os congoleses retornavam aos locais de origem.
Alta no preço dos alimentos e choques econômicos
Em janeiro deste ano, o banco de dados da Comissão sobre Movimento da População indicava que a DR Congo tem mais de 7,8 milhões de pessoas deslocadas, a maioria está vivendo com familiares.
O conflito no leste do país é o maior fator dos deslocamentos assim como choques econômicos, altos preços dos alimentos e o acesso limitado à subsistência que agravam a situação já vulnerável de muitas pessoas.
Uma das maiores preocupações é com a falta de ações e medidas para responder à questão humanitária e de insegurança especialmente nas províncias do leste. Se nada for feito, a tendência é de piora e do aumento do número de pessoas passando fome e em insegurança alimentar.