Reforma do Teatro Nacional a um passo de começar

Obras devem iniciar pela Sala Martins Pena, que receberá R$ 54 milhões de investimentos

A reforma da Sala Martins Pena é a primeira etapa da reforma do TNCS | Foto: Júnior Aragão/Secretaria de Cultura

A Ordem de Serviço que marca a autorização para o início da reforma da Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS), será assinada nesta terça-feira (20), em solenidade realizada no local. A ação é o primeiro passo para o começo das obras, orçadas em R$ 54 milhões, e que vão reformar a sala principal do teatro, uma das mais representativas e importantes casas de espetáculos do país.

Participam da cerimônia o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, o presidente da Novacap, Fernando Leite, e o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no DF, Saulo Diniz.

“O Teatro Nacional é a prioridade número um, número dois e número três desta gestão. Agora, nós não estamos mais falando em projetos de reforma, como uma coisa ainda a ser alcançada, mas de uma obra que já vai ser iniciada e que vai ser marcante para a cultura de todo o país”, afirmou o secretário Bartolomeu Rodrigues.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) homologou, na última quinta-feira (15), o resultado final do edital de concorrência n°2/2022, elaborado pela Novacap, que selecionou a Porto Belo Engenharia para a realização da reforma da Sala Martins Pena. Com isso, conclui-se o longo trâmite jurídico, que visava atender todos os rigores processuais para a plena execução da obra.

“O Teatro Nacional é a prioridade número um, número dois e número três desta gestão. Agora, nós não estamos mais falando em projetos de reforma, como uma coisa ainda a ser alcançada, mas de uma obra que já vai ser iniciada e que vai ser marcante para a cultura de todo o país”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura do DF

A empresa contratada será responsável pela reforma das instalações prediais, sobretudo elétrica e climatização; recuperação estrutural; restauração de pisos, revestimentos, esquadrias e de imobiliários, incluindo revestimento acústico; além de atualização tecnológica e de segurança das estruturas e dos mecanismos cênicos, respeitando os requisitos de acessibilidade.

“Essa será a grande obra da cultura, porque é uma ação que transcende Brasília, já que o Teatro Nacional é um símbolo da cultura nacional. Nós estamos vivendo novos tempos, de renovação no segmento cultural e de transformação nas políticas públicas. Nós queremos materializar esse tempo de esperança trazendo de volta o Teatro Nacional Claudio Santoro como o grande palco da cultura brasileira”, apontou o titular da cultura.

A cerimônia que marca o pontapé inicial das obras ocorrerá às 9h desta terça-feira, na parte externa do TNCS voltada ao Eixo Monumental, e contará com apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. “É uma extrema satisfação poder participar desse momento histórico do resgate do Teatro Nacional Claudio Santoro com o início de sua restauração, um anseio da sociedade e da classe artística”, compartilhou o maestro Cláudio Cohen, à frente da sinfônica.

Histórico

Em janeiro de 2014, no rastro da tragédia da Boate Kiss, o Teatro Nacional foi fechado por recomendação do Corpo de Bombeiros e do Ministério Público, por não atender a normas de acessibilidade e segurança vigentes. Foram identificadas 132 não conformidades. No mesmo ano, a então Secretaria de Cultura realizou licitação e posterior contratação do projeto executivo de reforma.

“É uma extrema satisfação poder participar desse momento histórico do resgate do Teatro Nacional Claudio Santoro com o início de sua restauração, um anseio da sociedade e da classe artística”Cláudio Cohen, maestro

A complexidade arquitetônica do projeto e sua ousadia quanto aos recursos tecnológicos pretendidos resultaram em um orçamento total de mais de R$ 200 milhões. Nos anos seguintes, a crise econômica do país e, em especial, a constatação de uma delicada situação financeira do Distrito Federal tornaram inviável a realização da obra como um empreendimento único que demandaria a execução do valor integral previsto no projeto.

No governo Ibaneis Rocha, avaliou-se que a melhor alternativa seria a adequação do projeto executivo de forma a permitir a realização da obra em etapas, gradualmente, de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros. Tal encaminhamento permitiria que, em uma primeira etapa, fosse reaberta a Sala Martins Pena e, em etapas posteriores, as salas Alberto Nepomuceno e Villa-Lobos e o Espaço Dercy Gonçalves.

No final de 2019, a Secec captou, junto ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, R$ 33 milhões, que seriam destinados à reforma da Sala Martins Pena. Após assinatura de convênio com a Novacap para elaboração do processo licitatório de obras, formou-se um Grupo de Trabalho, com um mutirão de técnicos, engenheiros e gestores das duas pastas. No entanto, a falta de documentos e as inconsistências técnicas no projeto originário desenharam um verdadeiro périplo para entregar o projeto básico, que deveria ser aprovado pela Caixa Econômica Federal para liberação do recurso.

Foram mais de 400 plantas refeitas e a equipe atendeu a mais de 2.000 pedidos de ajustes. Com o tempo exíguo e a urgência da reforma, o GDF resolveu desistir, em dezembro do ano passado, do Fundo, por meio de distrato, e resolveu aportar diretamente o recurso para o restauro. Assim, ao longo de 2022, correu o processo licitatório, que tem seu desfecho agora, com a assinatura da ordem de serviço para que a empresa selecionada inicie as obras.

Serviço

Cerimônia de assinatura da Ordem de Serviço para início das obras no Teatro Nacional
Local: Parte externa do Teatro Nacional Claudio Santoro
Endereço: Setor Cultural Norte, Eixo Monumental
Data: terça-feira (20)
Horário: 9h

*Com informações da Secretaria de Cultura

Fonte: Agência Brasília

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