“Religião não deve se misturar, mas a igreja deve sim”, defende Vicenzo

Por Sandro Gianelli

Conectado ao Poder entrevistou Vicenzo, ex-procurador de Justiça e pré-candidato a deputado federal, que falou sobre seus projetos, sua experiência na política, além de religião e igreja, e como ele enxerga o momento diante da polarização.

Quando e como surgiu a vontade de entrar na política? 

Todo mundo que entra ou pretende entrar para a política costuma dizer que não é político. Sempre fiz diferente, porque desde que me entendo por gente amo a política e atuo ativamente, mesmo nunca exercendo nenhum cargo eletivo. Fui Presidente do Grêmio estudantil na escola que estudava no Guará durante meu ensino médio, fui do DCE no Uniceub na faculdade, fui presidente Nacional do projeto de refundação do Partido Político União Democrática Nacional (UDN) um dos maiores da história do Brasil e nunca deixei de me posicionar nos temas que influenciavam o Distrito Federal. Portanto, desde que me entendo por gente já sou político e um dia, em breve, pretendo ter mandato eletivo.

Essa será sua primeira eleição? Porque?

Como pré-candidato sim. Mas além de ter atuado diretamente em eleições desde a época do grêmio estudantil, quando os jovens ainda gostavam de se mobilizar e discutir política, sempre apoiei direta ou indiretamente as eleições do Senador Reguffe. A política precisa de gente preparada, existem muitas coisas que podem ser resolvidas de forma fácil, mas os políticos não conhecem sequer a própria lei que promulgam. Além da experiência, competência e vontade de fazer uma boa política, entendo que esse é o momento certo. Esse é um momento delicado para o Brasil e o DF. A próxima eleição será muito agressiva e o discurso empobreceu bastante. Não temos que fugir da polarização, temos que enfrentá-la com sobriedade e conhecimento. Por isso estou a disposição para ajudar a virar essa página da nossa história.

Já havia pensado em se candidatar em eleições anteriores?

Em 2018 seria candidato a Deputado Federal pelo PRP com o ilustre Adalberto Monteiro (PODEMOS) e a grande amiga Joseane Feitosa (PL) que eram Presidente e Secretária Geral, respectivamente. Mas não era o momento. Pude me preparar melhor e amadurecer as ideias. Como acredito que política é feita de boas intenções e momentos oportunos, agora é a hora. 

Quais as principais bandeiras que você defenderá?

Preciso defender em primeiro lugar a Democracia, sempre. As pessoas não respeitam mais as opiniões diversas. Isso é pessímo! Pretendo defender a justiça porque nesse País temos muitos Direitos, inúmeras leis e um judiciário caríssimo. Mas a justiça de verdade não é feita no Brasil. Pretendo defender a família e o direito de ter sua fé, sabendo respeitar as diferenças e ao mesmo tempo exigir reciprocidade. Defender a inovação tecnológica para garantir uma prestação de serviço a altura dos impostos que pagamos. Tudo no governo ou demora ou não funciona e sempre é muito alto o custo. Isso tem que acabar. Uma grande bandeira que todo pretenso Deputado precisa se agarrar é a bandeira da fiscalização, transparência e respeito ao dinheiro do povo.

Quais serão os focos da sua campanha?

Tenho analisado há vários anos os problemas da cidade e feito propostas objetivas para melhora. Tenho ouvido muito o povo na rua e não posso deixar de dizer que a saúde do DF precisa ser o foco de qualquer pré-candidato. Muitas pessoas estão morrendo nos hospitais e isso não é justo. Além de pautas importantes como a inovação na educação para que tenha cada dia mais qualidade, precisamos investir na nossa segurança não apenas apoiando os devidos reajustes a categoria mas pensando na estrutura e aparelhamento das nossas forças de segurança e por ser morador da Região centro-oeste do DF, tenho que propor melhorias na infra-estrutura das cidades do Guará, Vicente Pires, Águas Claras, Taguatinga e regiões ao redor. 

Quais pautas você pretende defender na Câmara Federal?

A melhor coisa que um Parlamentar poderia fazer nessa altura das crises institucionais é rever nossa Constituição Federal. Não podemos prometer uma nova constituinte em 4 anos, mas podemos pavimentar o cenário para que isso aconteça nos próximos 10 anos. Esse debate precisa começar agora, quando enfrentamos os problemas é que podemos buscar as soluções. Preciso defender os direitos naturais a vida e também precisamos garantir dignidade ao povo brasileiro e do DF. Isso passa por propor projetos de lei mais eficientes para o setor do empreendedorismo. 

Diante da polarização política, qual é a melhor forma de se posicionar nas redes sociais?

Falando a verdade! O governo Lula inegavelmente foi corrupto e o Governo Bolsonaro não é o que esperávamos quando fomos pra rua tirar o PT. Apoiei Bolsonaro nas ruas e concordo com muitas coisas boas que ele tem feito. Mas não posso ser um papagaio de pirata aspirante a traidor que bate nas costas do Presidente e diz que o apoio em tudo e na primeira ostensiva, vira as costas e finge demencia. Preciso apoiar o que for bom e confrontar o que considero ruim em qualquer governo. Mesmo que seja cancelado nas redes, esse será o meu papel.

Sendo eleito, quais vantagens um advogado e jornalista teria na Câmara Federal?

Será enriquecedor para o contato com legislativo e a grande imprensa. Toda trajetória de sucesso tem que ser marcada por desafios e experiências de crescimento profissional, cultural e intelectual. Tenho certeza que sairei mais preparado.

Religião e política devem se misturar? Porque?

Religião não deve se misturar. Mas a igreja deve sim. Defendi em minha tese de Teologia que a igreja contemporânea tem funções compartimentadas. Dentre as funções social, espiritual, eclesiástica e institucional, a política é uma ferramenta de controle. Imagine se o mundo não tivesse a contenção moral das igrejas junto ao legislativo, o que já teríamos aprovado nesse país? Sexo entre crianças e animais? Absurdo! Mas é o que caminharia a nossa sociedade se a igreja não exercesse sua função de preparar cristãos com chamado para política. Inclusive, as três unções bíblicas são de profeta, sacerdote e rei. Sendo o último uma função política evidente. 

Diante da polarização você é Bolsonaro ou Lula e porque?

Nenhum dos dois. Não acredito que evolução seja possível se mantendo estagnado e nem acho que devemos seguir rumo ao retrocesso. Não é sobre Direita ou Esquerda, é sobre caminhar para frente. Hoje apoio o Presidente com maior experiência e conhecimento técnico para ajudar o Brasil a vencer uma crise econômica que já vivenciamos e aumentará. Bivar com propostas sobre imposto único e desenvolvimento econômico atrai a minha confiança. E, caso caiamos na armadilha de levar para o segundo turno Lula ou Bolsonaro, nunca votei e não votaria jamais em Lula.

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