Tem o dedo do governador Agnelo Queiroz, aliás a mão inteira, no retorno do secretário de Habitação, Geraldo Magela (foto), a seu mandato na Câmara dos Deputados. Tudo começou quando o secretário da Saúde, Rafael Barbosa, perguntou ao governador se assistira às inserções do PPS no horário político. Agnelo não vira. Providenciou-se o acesso. O governador entrou em fúria quando viu o deputado Augusto Carvalho criticando fortemente a saúde brasiliense. Chamou então o secretário Magela e avisou que precisaria cumprir uma missão.
Augusto exerce, ou melhor, exercia o mandato como suplente da coligação PT-PPS-PDT. Com o retorno de Magela, perde a cadeira. Ontem mesmo Magela foi à Câmara e reassumiu o mandato. Foi meio a contragosto, pois gosta do trabalho que vem fazendo na Secretaria de Habitação e acha que proporciona retorno político. Mas cumpriu a missão. Não tinha lá grande escolha. A irritação de Agnelo era tão grande que acusou o PPS, mencionando o antigo aliado Augusto, de fazer “covarde oposição”. Afinal, para fechar o acordo que garantiu a suplência a Augusto, Agnelo precisou desafiar proibição da cúpula do PT a coligações que incluíssem o PPS, adversário no plano nacional.
A prevalecer a lógica, Augusto Carvalho não retornará à Câmara. Isso significa que Geraldo Magela ficaria por lá até o final do mandato, sem retornar à Secretaria de Habitação. Não é o que o deputado petista pretende. Pelo sim, pelo não, o secretário-adjunto Rafael Oliveira foi nomeado apenas como interino para substituí-lo.
Fonte: Coluna do alto da torre / Jornal de Brasília