Ricardo Capelli segue “turistando pelo DF”, repetindo o “Roda de Conversa” de Rodrigo Rollemberg

Da redação do Conectado ao Poder

Ex-interventor da segurança pública em 8 de janeiro, Ricardo Capelli quer repetir um roteiro que já deu errado no DF.

Tem gente que, quando fica estressada, corre para a academia; outros, para o karaokê. Ricardo Capelli? Ele vai direto para as redes sociais. O ex-interventor federal no DF durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 tenta voltar ao noticiário — e às redes —, agora como pré-candidato ao Governo do Distrito Federal pelo PSB. Sim, o mesmo PSB do ex-governador Rodrigo Rollemberg.

Capelli, que já foi figurinha carimbada no PCdoB e é velho conhecido do ministro do STF, Flávio Dino, agora tenta um novo roteiro político: “turistar” pelas cidades-satélites do DF para “ouvir o povo”. Um projeto que, não por acaso, remete ao “Roda de Conversa” que Rollemberg utilizou na campanha de 2014.

A polêmica recente surgiu quando Capelli decidiu rebater um card que, segundo ele, circulava dizendo que ele ganhava R$ 60 mil por mês. Visivelmente irritado, foi às redes sociais negar o valor com indignação. Mas… vamos aos fatos: atualmente, ele é presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), cargo de indicação do Governo Federal. Segundo informações de janeiro de 2025, o salário do cargo é de R$ 43 mil mensais. Não são os R$ 60 mil, é verdade, mas, para o cidadão comum, ainda é um número que exige bastante digestão.

E tem mais: comenta-se que Capelli também integra ou integrou um conselho administrativo que, como se sabe, costuma pagar generosos jetons. Ainda não há confirmação sobre os valores somados, mas a dúvida permanece no ar.

Capelli está agora de mochila nas costas, visitando regiões administrativas, registrando vídeos, prometendo escutar demandas. Um projeto que poderia ser batizado, com certo humor, de “turistando pelo DF”. A inspiração, como já citado, parece vir do “Roda de Conversa” do PSB nos tempos de Rollemberg. Só que, na época, rodaram tanto, mas entregaram tão pouco, que o povo resolveu passar o volante.

E aí vem a pergunta que não quer calar: será que o “turistando” vai ser tão produtivo quanto o “Roda de Conversa”? Ou será só mais um passeio político com parada obrigatória na Praça dos Prometidos e check-in na Rua da Desilusão?

Capelli pode até estar empolgado, mas terá pela frente o desafio de convencer o eleitor do DF de que o PSB merece uma segunda chance. Porque, sejamos honestos: depois da experiência anterior, qualquer promessa de “ouvir a população” soa mais como eco de um passado que Brasília preferia esquecer.

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