Com valor calculado em R$ 1,6 bilhão, dívidas do governo com cerca de 500 credores, entre fornecedores e prestadores de serviço, serão quitadas em mais de 30 parcelas, até o fim do atual mandato. Enquanto isso, atacadistas temem cobrança retroativa do ICMS
A equipe do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) faz os ajustes finais na elaboração de um cronograma para o pagamento das dívidas herdadas da gestão anterior. Calculado em R$ 1,6 bilhão — R$ 1 bilhão de despesas antigas e R$ 600 milhões de restos a pagar —, o montante deve ser quitado integralmente com os mais de 500 credores em ao menos dois anos, podendo se arrastar até o fim do atual mandato. Os principais auxiliares do governo têm se reunido desde janeiro para tratar do tema. Eles são responsáveis por estabelecer critérios, como a ordem dos pagamentos e quantas parcelas serão necessárias para o Executivo ficar em dia com os fornecedores e prestadores de serviço. O anúncio do calendário deve ocorrer em maio.
Alardeando um deficit geral de R$ 3,5 bilhões desde que assumiu o Palácio do Buriti, o governo Rollemberg alega falta de recursos e um rombo nas contas públicas que impediriam o GDF de pagar tudo o que deve imediatamente. Das despesas deixadas por Agnelo Queiroz (PT) sem previsão no orçamento, por exemplo, 40% são relativas a contratos na área de saúde pública. E mais: uma das empresas com um dos maiores atrasos é do setor de transporte público e opera diversas linhas de ônibus. O secretário-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, limitou-se a dizer que o governo estuda possibilidades para quitar as dívidas e pode apresentá-las no início do próximo mês.
A forma de lidar com as dívidas deixadas pelo mandato passado causa dor de cabeça nos gestores socialistas desde o primeiro dia à frente da máquina pública do DF. Muitos serviços prestados pelo Executivo local são terceirizados, e uma boa relação com as empresas é fundamental para que não haja descontinuidade de serviços públicos, a exemplo do que ocorreu no início de março. Um imbróglio entre o GDF e a Sanoli, companhia fornecedora de alimentos em hospitais públicos, quase deixou pacientes, acompanhantes e servidores de 21 unidades de saúde sem comida.
Fonte: Correio Braziliense