Os bastidores pegam fogo, quando o assunto é eleição no Distrito Federal, mesmo faltando mais de dois anos para a disputa. Com a direita em tentativa de se organizar para ser uma alternativa ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o atual gestor tenta se manter sozinho mais à esquerda do pleito. Mas tudo indica que terá de enfrentar o PT.
Rollemberg sonharia com os votos dos apoiadores do PT, com a estratégia. Para o presidente do partido no DF, Roberto Policarpo, poderia até ser, mas não será. “Só se o PT não tivesse candidato próprio, mas o PT vai ter”, garante o ex-deputado federal.
São incompatíveis, na visão do petista, o programa de governo de Rollemberg com as bandeiras defendidas pelo PT. Pelo contrário: são conflitantes. “Não tem por que o eleitorado apoiá-lo”, reitera.
Pesquisa interna do Partido dos Trabalhadores, conforme Roberto Policarpo, mostra que a sigla tem “simpatia” de 10% dos eleitores do DF. “É razoável para o momento em que a gente vive. Quem tem 10% da simpatia dos eleitores em uma cidade como Brasília não pode pensar que está totalmente desgastado e enfraquecido”, argumenta o petista.
É a partir dessa crença que a legenda deve se organizar para as próximas eleições. Mas só depois do mês de agosto. “Neste momento, estamos mais focados no processo contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Todas as nossas atenções, energias e atividades estão voltadas para esta questão”, observa.
Pelo menos quatro nomes
Policarpo adianta, no entanto, que o partido terá candidato. “Temos vários nomes com condições de disputar a eleição para o governo – a deputada federal Erika Kokay, o deputado distrital Wasny de Roure, a ex-distrital Arlete Sampaio e o ex-deputado federal Geraldo Magela. Faremos este debate ainda” , acrescenta.
Para compor uma aliança para as próximas eleições, o PT deve dialogar com alguns partidos. “Queremos discutir com o PCdoB, PDT e partidos que, nacionalmente, tenham afinidade conosco”, afirma.
Com o PSB não. “Com essa postura de atacar o PT e ser contra os servidores públicos e trabalhadores de forma em geral, não vejo possibilidade de fazer composição com o atual governo”, reforça.
Ao menos seis correm em raias próprias
Do lado direito, vários nomes surgem como possibilidades para 2018. Uns tradicionais, outros nem tanto: o deputado federal Rogério Rosso (PSD); a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS); o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB); o deputado federal Alberto Fraga (DEM); o deputado federal Izalci Lucas (PSDB); e até o presidente do Tribunal de Contas do DF, Renato Rainha.
Em outra frente, aparece ainda o nome de Chico Leite (Rede), que garante: disputará vaga de majoritário. Mas pode ser o Senado. Assim como Reguffe (sem partido), que tem reiterado: cumprirá o mandato no Senado até o fim.
O ex-governador José Roberto Arruda corre por fora, lutando contra setores do Judiciário, que já evitaram sua candidatura. Jofran Frejat (PR), que o substituiu no comando da chapa na eleição passada, também está a postos.
Fonte: jornaldebrasilia.com.br