Para presidente da Câmara, secretário pediu demissão após perceber que não há possibilidade de resolver atual crise.
Dentro do cenário de crise financeira nas contas públicas brasilienses, a saída de Leonardo Colombini da Secretaria de Fazenda acendeu a luz vermelha para o governo Rollemberg. Esta é a avaliação da presidente da Câmara Legislativa, deputada distrital Celina Leão (PDT).
“É a crise. Ela é muito grande. Acho que Colombini percebeu que a crise está sem possibilidade de ser resolvida. Sem perspectiva de solução à curto, médio e talvez até longo prazo. É desesperadora a situação do Distrito Federal”, avaliou Celina.
Segundo o deputado Agaciel Maia (PTC), a política econômica do Buriti deveria abandonar a tecla dos aumentos de impostos e focar em uma política desenvolvimentista para desburocratização das atividades produtivas e desoneração tributária geração de empregos.
“O governo fez as escolhas erradas. Mais um secretário foi embora, justamente o da Fazenda, que é o coração do governo. Provavelmente, o secretário não teve liberdade para fazer o trabalho dele e achou melhor pegar o boné e ir embora”, disse o distrital Bispo Renato (PR).
Barco se esvazia
O deputado Ricardo Vale (PT) observa com preocupação a quantidade de secretários que abandonaram o “barco do Buriti”, antes da conclusão do primeiro ano de governo. Sete nomes-chave de Rollemberg já deixaram o GDF..
“Colombini era o terror dos servidores públicos de Minas. Hoje se constata que deixou um rombo de R$ 2 bilhões nas contas de Minas Gerais”, afirmou o deputado Chico Vigilante, líder do PT. O distrital lembrou que o setor produtivo começou movimento para deixar o DF, em função da inércia do Buriti.
No PMDB, o distrital Wellington Luiz revelou que a saída de Colombini já era prevista pela classe política. Para o distrital, a política economica de Rollemberg está marcada por mais erros do que acertos.
Colombini concluía projeto polêmico
Ao longo dos últimos meses, a equipe de Colombini trabalhava com afinco no projeto de recomposição do IPTU. O projeto é nevrálgico na agenda do governo Rollemberg e deve ser encaminhado para a Câmara Legislativa neste semestre. No entanto, a matéria já desperta polêmica no Legislativo. Parlamentares governistas e de oposição se posicionaram contra qualquer aumento de tributo. O tema gerou desgaste para o Buriti.
Buriti quer continuidade
Continuidade. Esta é a expectativa do governo para a gestão de Pedro Meneguetti a frente da Secretaria de Fazenda. Meneguetti ocupava o posto de secretário-adjunto da pasta e era o principal interlocutor da pasta com a Câmara Legislativa.Segundo o secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, Collombini prestou um relevante serviço para o GDF e continuará a contribuir na função de consultor do Banco de Brasília (BRB).
“A experiência dele foi fundamental para ajudar a gente a fazer uma travessia complicada. Ele saí por questão pessoal. Ele está com um problema de saúde e tem a vida dele fora de Brasília”, explicou.
Dantas acredita que Meneguetti seguirá a mesa linha de gestão de Colombini. “Ele (Colombini) passou para mim que saiu por questão de saúde”, reforçou o líder do governo na Câmara, deputado Júlio Cesar (PRB).
Joe Valle (PDT) comentou que Colombini e Meneguetti vieram juntos para o GDF e têm uma grande sintonia. A deputada Sandra Faraj (SD) observou que Meneguetti desenvolveu um perfil bem atuante no dia a dia com os deputados e está preparado para o cargo.
De Minas para Minas
1 – O governo já escolheu o nome do novo secretário-adjunto da Fazenda. Também vindo de Minas Gerais, o servidor público aposentado João Antônio Fleury Teixeira assume a vaga.
2 – Fleury já foi secretário-adjunto de Fazenda, secretário de Transporte e Obras Públicas e presidente do conselho administrativo da Copasa no governo de Minas Gerais.
3 – Além do governo mineiro, ele foi integrante do Copom, diretor executivo do BMG e diretor administrativo do Banco Central.
4 – Formado em administração de empresas, tem duas pós-graduações, uma em análise de sistemas de informações e outra em formação gerencial em nível estratégico.
Fonte: Jornal de Brasília