Secretário de segurança e deputados distritais debatem violência nas escolas

A sessão ordinária desta terça-feira (18) na Câmara Legislativa foi transformada em reunião pública para debater a violência nas escolas do Distrito Federal. O secretário de segurança pública, Sandro Avelar, garantiu que haverá presença ostensiva das forças de segurança nas escolas e assegurou que o governo vai coibir trotes nos serviços de emergência. 

“Temos que transmitir segurança para a comunidade escolar. Polícia Civil, Polícia Militar, Bombeiros, Detran, todos estamos envolvidos neste processo. A presença ostensiva do Estado precisa ser sentida pela comunidade”, afirmou. O secretário disse ainda que um decreto do governo vai estabelecer multa de R$ 1 mil para quem acionar os serviços de emergência sem necessidade, e de R$ 4 mil quando houver deslocamento das forças de segurança para a falsa ocorrência. “Os pais precisam controlar seus filhos. Os trotes desviam a atenção da polícia para algo que não é sério, deixando de atender o que é realmente sério. A Polícia Civil vai identificar os números de telefone e os responsáveis serão punidos”, garantiu.

A presidente da Comissão de Segurança, deputada Doutora Jane (Agir), expressou sua confiança na capacidade da Polícia Civil em prevenir atentados e episódios de violência no ambiente escolar. “A Polícia Civil tem condições de fazer um mapeamento para elencar as escolas que sofrem mais risco. Confio na capacidade da instituição”, afirmou. Roosevelt Vilela (PL) concordou com a colega. “Se qualquer um entrar nas redes sociais para espalhar pânico, vai ser rapidamente identificado pela Polícia Civil”, alertou. Ambos os deputados também defenderam a contratação de policiais aposentados para reforçar a segurança das escolas.

O deputado Hermeto (MDB) também se mostrou simpático à ideia de se convocar integrantes da reserva da Polícia Militar para atuarem nas escolas. “Podemos fazer uma reciclagem com esses profissionais”, sugeriu. Para o deputado Iolando (MDB) há um clima de histeria instaurado. “Em Brazlândia na semana passada, mais de 60% dos alunos faltaram aula por causa do terrorismo psicológico”, contou. 

A presença de policiais nas escolas, no entanto, também foi criticada. Fábio Félix (PSOL) chamou a atenção para as causas do problema. “O fenômeno que acontece dentro da escola é um fenômeno da sociedade. Existe uma onda de extremismo em nível internacional. Existe culto à violência, culto às armas nas redes sociais”, apontou. O distrital também criticou a falta de assistentes sociais e psicólogos nas instituições de ensino. “Temos uma lei que garante psicólogos e assistentes sociais em todas as escolas. No entanto, a Secretaria de Educação só tem 4 assistentes sociais e somente 70 escolas contam com psicólogo, de um total de mais de 700 escolas”, destacou. 

Para Gabriel Magno (PT), a solução para coibir a violência nas escolas passa pela retomada de projetos culturais e esportivos. “O projeto pedagógico desta cidade foi pensado por Anísio Teixeira. Nele, havia atividades complementares nas áreas de cultura e esporte. Precisamos recuperar esse modelo. Escola não é um espaço de repressão”, defendeu. 

Fonte: CLDF

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