Parlamentar faz análise positiva das eleições, defende fim de coligações mas aponta discrepâncias a serem corrigidas com o término do financiamento privado de campanhas
Considerado um ‘case’, a eleição para escolha de prefeitos e vereadores em todo país serviu de termômetro para as casas legislativas. Nesse sentido, em reunião realizada na quarta-feira (5), os presidentes do Senado e da Câmara Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente, devem encaminhar as propostas da reforma política, ainda nesse ano, para vigorar nas eleições de 2018.
Em uma análise das eleições de 2 de outubro, o senador Hélio José (PMDB-DF) considerou positivo alguns aspectos, mas também apresentou ‘discrepâncias’ que precisam ser sanadas “o mais rápido possível”. O parlamentar acompanha a posição de Calheiros e defende a necessidade, urgente, de votar a reforma política que muda o sistema eleitoral brasileiro.
Doações de empresas
Hélio José considerou positivo o fim das doações de empresas aos candidatos. Para o senador ficou demonstrado que “é possível fazer campanhas com custos mais modestos”. O peemedebista lembrou os dados apresentados pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes que apontou a redução dos gastos eleitorais de R$ 6,24 bilhões para R$ 2,12 bilhões.
Mas o senador alertou ainda que mesmo com a redução de gastos declarados por candidatos, de acordo com o TSE, que também reduziu drasticamente, cerca de 40%, de R$ 6,30 bilhões, para R$ 2,38 bilhões, ainda foi constatado a prática de caixa dois.
Desigualdade
Nesse sentido o senador também observou que o fim das doações de empresas, aumentou o desequilíbrio entre candidatos com maior e menor poder aquisitivo. “Os candidatos ricos não têm dificuldades financeiras para fazer suas campanhas pois fizeram doações, enquanto pessoas físicas, para custear suas campanhas, enquanto aqueles candidatos mais pobres, uma liderança de um bairro, por exemplo, com menos recursos ficaram desprovidos financeiramente para fazer disputar com os candidatos com muito dinheiro, uma injustiça que nós precisamos rever.”, afirmou Hélio José.
Coligação Partidária
O parlamentar defendeu o fim das coligações partidárias e dos votos proporcionais. O senador lembrou que para se registrar um partido político é necessário que a nova agremiação tenha representatividade política em praticamente todo território nacional. “Nada mais justo que, nas eleições, em primeiro turno, que cada partido tenha seus próprios candidatos às eleições, seja para prefeito, governador ou presidente da República. Não justifica se fazer coligações partidárias para eleições majoritárias. Em um eventual segundo turno, aí sim, os partidos fariam essas coligações para definir apoio ou não, aos candidatos que restarem nas disputas.”, defendeu Hélio José.
Matéria: Assessoria Senador Hélio José (PMDB-DF)
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado