Da redação do Conectado ao Poder
O governador de São Paulo se junta a parlamentares para discutir a votação de um projeto de anistia ao ex-presidente.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, retorna a Brasília nesta semana para reforçar as articulações em torno do projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A proposta ganha força após a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs uma pena de 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por sua participação em uma trama golpista.
O deputado federal Hélio Lopes, que faz parte do PL-RJ, afirmou que partidos como o União Brasil e o Progressistas já demonstram disposição para apoiar a proposta de anistia. “A anistia deve ser pautada esta semana. Eu espero que sim”, disse Lopes a jornalistas, enquanto aguardava por notícias sobre a saúde do ex-presidente em um hospital de Brasília.
Após a condenação, o ambiente político começa a se mobilizar em torno da anistia. Lopes fez críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes, que relatou o processo contra Bolsonaro, insistindo que a oposição deve continuar sua luta pela candidatura presidencial do ex-presidente em 2026. “Não existe meia-anistia. Nós não vamos desistir nunca”, destacou.
Outro deputado favorável à anistia, Delegado Paulo Bilynskyj, disse que irá trabalhar para garantir a aprovação de uma anistia ampla, enquanto critica uma versão “light” que foi proposta no Senado. “Vamos insistir na anistia geral e irrestrita”, afirmou.
No entanto, a proposta de anistia enfrenta sérios desafios na esfera judicial e legislativa. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, expressou que há pressão para que o tema volte à pauta ainda nesta semana, com o objetivo de assegurar que o projeto receba urgente atenção dos líderes.
A condenação de Jair Bolsonaro também acendeu debates sobre o papel do STF e trouxe à tona discussões sobre justiça e responsabilização em atos que atentam contra a democracia. O governador Tarcísio, em uma declaração após a condenação, argumentou que as penas são desproporcionais e que os acusados são vítimas de uma sentença injusta.
A situação se complica ainda mais com a opinião pública, já que pesquisas indicam que uma maioria da população se opõe à anistia, com 54% dos brasileiros rejeitando a ideia. A resistência vem também de setores do STF, que agem cautelosamente em relação a uma possível aprovação da anistia, enquanto o projeto permanece parado no Congresso desde outubro do ano passado, enredando um cenário de incertezas políticas.
O debate atual sobre anistia revela divisões profundas na sociedade brasileira e mostra a complexidade dos caminhos que a política nacional deve trilhar nos próximos meses.










