Theresa May será a nova primeira-ministra britânica e deve assumir o cargo nesta quarta-feira (13). Será ela a mulher que vai conduzir a saída do Reino Unido da União Européia (UE), após votação do referendo Brexit.
Durante toda a campanha do referendo, May foi defensora da permanência do Reino Unido na UE, mas afirmou que o resultado do plebiscito deve ser respeitado.
“Brexit significa Brexit. A campanha foi travada, a votação foi realizada, a participação foi alta e o público deu o seu veredito. Não deve haver tentativa para permanecer dentro da UE, nem tentativas de reintegrá-la pela porta dos fundos ou um segundo plebiscito”, afirmou May.
A corrida para ocupar o cargo começou logo após a divulgação do resultado do referendo, quando David Cameron anunciou que deixaria o posto e que não seria ele que iria conduzir o processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
Na última segunda-feira (11), a secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom, que concorria com May pelo cargo, anunciou sua desistência, abrindo caminho para a posse de Theresa May.
Em um pronunciamento em frente ao parlamento britânico, May disse estar “honrada”, prometeu construir um país melhor e fazer do Brexit um “sucesso”.
Theresa May será a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra após o fim da era Margaret Thatcher, há quase 26 anos.
Comparações
Após a definição de May como primeira-ministra, diversos meios de comunicação e especialistas começaram a tecer comparações entre ela e Thatcher (primeira-ministra britânica entre 1979 e 1990), inclusive apelidando-a de “nova dama de ferro”. Assim como Margaret Thatcher, May é conhecida por dizer algumas duras verdades sobre seus colegas e defender fortemente suas posições.
Theresa May nasceu em Sussex (sul da Inglaterra) e foi criada em Oxfordshire, no sudeste do país. Suas duas avós trabalharam como domésticas. Após frequentar escolas públicas, estudou Geografia na faculdade St Hugh, em Oxford, onde conheceu o marido Philip, com quem é casada até hoje. Os dois não têm filhos.
Foi eleita pela primeira vez em 1997 e assumiu a presidência do Partido Conservador, em 2002. Atualmente, aos 59 anos, é uma das pessoas que permaneceu mais tempo à frente do Ministério do Interior, onde está desde 2010.
Apesar de ser muito elogiada como ministra, vem recebendo críticas por não cumprir a promessa de manter o número de imigrantes que entram no país abaixo de 100 mil por ano. May apoia a igualdade entre os sexos e o casamento gay, embora em 2002 tenha votado contra o direito de adoção por casais homossexuais.
Saída da UE
Theresa May já disse que não ativaria o Artigo 50 do Tratado de Lisboa (para dar início formal à saída da UE) antes do fim de 2016, para que o Reino Unido tenha tempo de concluir as negociações.
Após acionar o tratado, o Reino Unido terá um prazo máximo de dois anos para concluir a transição. O Parlamento Europeu tem poder de veto sobre qualquer novo acordo que venha ser feito, formalizando o relacionamento entre o Reino Unido e a União Europeia.
Fonte: metrojornal.com.br