Local fechou em 2013 por não pagar aluguel e foi descredenciado pelo MEC.
Advogado diz que decisão anterior desobriga devolução de documentos.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) acatou uma ação movida pela Defensoria Pública e determinou que a Faculdade Alvorada, fechada desde julho de 2013 após receber ordem de despejo por falta de pagamento de aluguel, devolva os documentos de 3 mil alunos. Para a juíza da 12ª Cível, Tatiana IYkiê, a instituição não pode dificultar a saída dos estudantes e é direito de todos os acadêmicos acessar e receber seus documentos escolares. Cabe recurso.
Pela decisão, a faculdade tem um prazo de 10 dias a partir da solicitação do aluno para providenciar e entregar os papéis. Caso não obedeça o prazo, a instituição deve pagar R$ 2 mil por cada pedido.
Para o advogado da faculdade, Raul Fernandes, a determinação foi equivocada. “A 2ª Vara Cível já havia desobrigado a faculdade de devolver os documentos, muito antes dessa decisão sair. Nós vamos recorrer dessa decisão.” Segundo o TJDFT, a decisão a que Fernandes se refere se aplica a outro processo e não ao que foi movido pela Defensoria Pública.
Para o defensor público responsável pelo caso, Antônio Carlos Cintra, a decisão permite aos alunos prosseguir na vida acadêmica. “Muitos dos estudantes precisam dos documentos para continuar o estudo em outras faculdades, firmar contratos de estágios, fazer colação de grau e/ou tomar posse em concurso. A decisão obtida pela Defensoria Pública irá beneficiar de modo coletivo todos os alunos, que poderão agora tomar posse da documentação que lhes pertence.”
despejo da faculdade de prédio (Foto: Isabella Formiga/G1)
Fechamento
A Faculdade Alvorada foi despejada do prédio onde funcionava em 2013 por não pagar o aluguel desde 2008. Na época, a dívida foi calculada em R$ 36 milhões.
Com o fechamento da faculdade, que ficava na 516 Norte, 3 mil alunos ficaram sem acesso, físico ou virtual, a dados como histórico escolar, ementas de disciplinas cursadas, resultado de aproveitamento de créditos, entre outros documentos.
No mesmo ano, a instituição foi descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) por ausência de instalações físicas para o desenvolvimento das atividades acadêmicas. Na ocasião, o MEC estabeleceu que a faculdade promovesse os meios necessários para guarda e entrega dos documentos aos alunos, entre outras determinações.
A Faculdade Alvorada não cumpriu as medidas, encerrando suas atividades administrativas e deixando os estudantes em situação irregular, sem acesso aos documentos necessários para serem transferidos ou para colarem grau.
Em janeiro de 2014, a 1ª Vara Federal, em Brasília, determinou em caráter liminar que os estudantes tivessem acessos aos documentos e fixou multa diária de R$ 2 mil caso a decisão fosse descumprida.
Fonte: G1