Técnicos retiraram amostras de pavimentação na avenida Araucárias. Modelo será usado para ‘manual de fiscalização de obras’ em todo o país.
Auditores do Tribunal de Contas do Distrito Federal acompanharam nesta quarta-feira (22) a execução das obras de recapeamento na avenida Araucárias, em Águas Claras. O corpo técnico da corte retirou amostras do asfalto para analisar as condições em que ocorre a pavimentação e saber se o serviço está de acordo com o previsto no projeto e com as normas técnicas exigidas.
“Uma das atividades do tribunal é avaliar o asfalto no momento em que ele está sendo feito porque se nós encontrarmos alguma irregularidade, nós determinamos a paralisação e a correção da irregularidade agora, para evitar danos”, afirma o presidente do Tribunal de Contas do DF, conselheiro Renato Rainha.
Na ação desta quarta, os auditores utilizaram uma sonda especial para retirar todas as camadas do asfalto em construção. O material será enviado para laboratório a fim de avaliar itens que interferem na qualidade da pista, como umidade, compactação, durabilidade e coesão do pavimento.
Claras (Foto: Lucas Nanini/G1)
Caso o resultado da análise mostre que há alguma irregularidade, a construtora responsável pela obra pode ser penalizada.
“[A empresa pode] refazer todo o serviço que ela fez ou então restituir ao erário todos os valores que recebeu por um serviço malfeito. Além disso, se houver má fé, as pessoas podem ser responsabilizadas, com irregularidade de contas, com multa e com encaminhamento de processo para que responda sobre crime e improbidade administrativa”, diz Rainha.
Para o trabalho, o tribunal contratou como consultor técnico o diretor do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop), Elci Pessoa Júnior. Segundo ele, parâmetros como a espessura do asfalto são importantes para a qualidade do pavimento.
“Não posso, por exemplo, compactar deixando vazios porque o asfalto trinca precocemente. Eu preciso verificar também a resistência desse concreto à carga que vai ser aplicada. Eu vou medir a resistência a compressão, vou medir a resistência a pressão, vou medir a flexibilidade deste concreto e vou medir também quanto de cimento [asfáltico] tem aqui dentro desse concreto.”
O consultor afirma que o acesso ao cronograma do programa Asfalto Novo, do GDF, vai permitir analisar mais elementos que podem interferir na qualidade final do pavimento. Pessoa diz que a vida útil do piso é de dez anos, em média.
“Como o TCDF vai atuar também ao longo da execução das obras, nós vamos ter a oportunidade de analisar outros parâmetros, como a temperatura que está chegando a massa em campo, se está adequada com o parâmetro do projeto, se a temperatura em que esse asfalto foi usinado está adequada, se há um controle de produção na usina que garanta a homogeneidade do asfalto que vem até a pista. É preciso que o asfalto chegue todo igual e compatível com a encomenda.”
O material coletado será enviado para laboratório para o laboratório da Universidade de Brasília (UnB), que nesta semana recebeu cerca de 300 amostras de asfalto retiradas do Plano Piloto. A sonda utilizada para retirar o material é do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A próxima região que terá o asfalto avaliado é Taguatinga.
Referência
O Tribunal de Contas afirma que o modelo adotado para avaliar a qualidade do asfalto vai propiciar a criação de um documento que será usado como referência nas auditorias de pavimentação em todo o país.
“Nós estamos fazendo a partir desta fiscalização um manual de fiscalização de obras rodoviárias, de obras de asfalto, que vai servir para os tribunais de contas do Brasil inteiro fazerem a sua fiscalização a contento das obras de asfalto”, diz o presidente Renato Rainha.
Fonte: G1