Uso de WhatsApp reduz receita das empresas de telefonia que querem barrar aplicativo

uso-de-whatsapp-reduz-receita-das-empresas-de-telefonia-que-querem-barrar-aplicativoDepois da perda de faturamento com SMS, o setor reclama que o aplicativo, que agora também permite ligações via voz, já afetou receita das empresas. Queda nas duas maiores operadoras do país, Vivo e TIM, se aproxima de 8% no segundo trimestre do ano.

perda de receita com serviço de voz verificada em 2015 acendeu o alerta vermelho nas empresas de telefonia com a concorrência de aplicativos como o WhatsApp. Ele já é apontado por empresários como um dos culpados pela perda de faturamento, apesar de os números que mostram queda nos serviços de voz, também registrarem ganho de receitas com pacote de dados.

Há mais de um ano, os aplicativos de mensagens instantâneas reduziram bruscamente a receita com o serviço de SMS, mas agora começam a ameaçar também a receita com voz. Isso pode ser verificado nos balanços do primeiro e segundo trimestres de 2015 das principais operadoras de telefonia móvel do país.

Segundo análise da consultoria Teleco, a receita de voz da Vivo, maior operadora móvel do país, caiu 7,9% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o primeiro trimestre. Na TIM, segunda maior operadora de celular do Brasil, a receita com o serviço de voz caiu 7,6% no mesmo período. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, a queda na TIM foi de 15%.

“Os minutos de uso da TIM caíram de 137 minutos no 2º trimestre de 2014 para 119 minutos neste ano”, afirmou a consultoria. A queda na receita de voz, segundo a consultoria, contribuiu para a redução da receita bruta total da empresa, que caiu 2,7% no segundo trimestre na comparação com o primeiro e 7,4% na comparação com o mesmo semestre de 2014. “A voz ainda respondeu por 54% da receita total da TIM no segundo trimestre de 2015”, disse.

As empresas do setor encomendaram um estudo para medir o tamanho do problema. Segundo uma fonte graduada do setor, a ideia é seguir o caminho das empresas da Europa, aonde o faturamento das empresas também tem sofrido com os efeitos do avanço da tecnologia. “Com esses aplicativos [WhatsApp], as empresas que estão aqui perdem dinheiro e só os Estados Unidos ganham”, afirmou uma fonte ligada às empresas.

Pacote de dados

Em um levantamento sobre o impacto do WhatsApp no uso do serviço de voz, a Teleco avaliou que o brasileiro falou menos no celular no primeiro trimestre de 2015. Ao todo foram 111 minutos médios mensais falados no primeiro trimestre desse ano contra 132 minutos no quarto trimestre de 2014.

“O uso mais intensivo de aplicativos de mensagens como o WhatsApp tem contribuído para a queda nos minutos de uso mensais por usuário do celular”, afirma o levantamento, que pondera, no entanto, que esses aplicativos elevam o consumo do pacote de dados, elevando a receita de dados das empresas.

O presidente da Teleco, Eduardo Tude, avalia que o impacto não se refere ao uso do serviço de voz dos aplicativos e, sim, na substituição da fala pela escrita. “As pessoas estão falando menos”, afirmou. Tude ressalta ainda que parte da queda na receita verificada nos primeiros seis meses do ano está impactada pela redução da tarifa de interconexão – taxa paga quando há chamadas de uma empresa para a outra.

A empresária Wanessa Guaribaldine integra o grupo de pessoas que falam menos ao celular graças ao aplicativo de troca de mensagens. Ela tem o WhatsApp instalado no seu celular, mas apesar de não usar o serviço de ligação de voz do aplicativo usa menos o recurso da ligação normal. “A troca rápida de mensagem de texto de graça acabou substituindo ligações mais curtas”, disse.

SMS

celularbrasil-1Segundo dados do balanço da Telefônica/VIVO, a receita com SMS equivalia a 34% da receita de dados em 2012. De 2013 para 2014 essa receita caiu 13,6%, apesar do ganho com dados ter subido 20,8% e a de internet 32,2%.

Mas é o uso do aplicativo para fazer chamada de voz que tem provocado a ira das empresas de telefonia. O presidente da Telefônica/VIVO, Amos Genish, abriu a discussão pública sobre o tema ao chamar o serviço de pirataria. O executivo ganhou o apoio do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que defendeu uma regulamentação desses aplicativos. Apesar de não chamar os serviços de pirata, o ministro afirmou que eles funcionam “à margem da lei”.

Fonte: Fato Online

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