Em greve de votos para projetos de autoria do Executivo, os deputados distritais decidiram dar uma brecha na obstrução da pauta e aprovaram o Projeto de Lei n° 750, na tarde desta terça-feira (10/11). A proposta autoriza a realização de 10 jogos de futebol das Olimpíadas de 2016 no Distrito Federal. O texto sofreu algumas alterações e foi aprovado em dois turnos — no último, por 20 votos favoráveis — no plenário da Câmara Legislativa. Os próximos passos são a sanção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e a corrida do GDF para conseguir R$ 25 milhões destinados a bancar o evento, em agosto do próximo ano. Os distritais também aprovaram o PL 469, que suspende o ISS sobre serviços diretamente relacionados à organização e realização dos jogos olímpicos e paralímpicos no DF.
O texto chegou aos deputados na quinta-feira passada (5). Entre as propostas do GDF para a realização do evento, estavam o compromisso de não promover eventos com mais de 5 mil pessoas em um raio de 5 quilômetros dos locais onde serão realizados os jogos olímpicos; a autorização para o comitê organizador Rio 2016 estipular o valor dos ingressos, sem, necessariamente, cumprir gratuidade ou meia entrada; e a gratuidade de transporte para voluntários; entre outros. 
Sem resposta sobre a intenção dos deputados com relação ao projeto, Rollemberg convidou os 24 deputados distritais para uma reunião na Residência Oficial de Águas Claras, na segunda-feira (9). No encontro, ele pediu que os parlamentares desobstruíssem as votações de projetos de autoria do Executivo. A prioridade, segundo o pedido do socialista, era a aprovação do PL 750.
A proposta foi colocada na pauta desta terça, e acabou questionada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Robério Negreiros (PMDB) reclamou que o GDF não enviou planilhas com os gastos que o governo terá com a realização dos Jogos. Além disso, questionou alguns itens da proposta, entre eles, a gratuidade do transporte coletivo durante os Jogos, a prioridade da segurança e o envio de toda a receita gerada para o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Durante a reunião de líderes, Negreiros pediu que o projeto fosse votado apenas na quarta-feira (11/11), para adequações no texto, mas a secretária-adjunta de Esporte, Leila Barros, apresentou soluções para os questionamentos. Entre eles, a gratuidade do transporte para os voluntários do evento e a responsabilidade da segurança com saúde, como ambulâncias nos pontos do evento, serem arcadas pelo COI.
Para aprová-lo, além das alterações no texto, os deputados determinaram a criação de uma subcomissão de fiscalização, vinculada à Comissão de Fiscalização e Controle da Casa.
Despesas
De acordo com a secretária Leila Barros, o GDF deverá arcar com R$ 25 milhões para receber a tocha olímpica e os 10 jogos, sendo sete masculinos e três femininos. O dinheiro será usado na adequação da cidade para receber atletas e turistas, além de publicidade.
Leila afirmou que o GDF ainda não sabe como o governo vai conseguir o dinheiro para a realização dos Jogos e do revezamento da tocha. “Estão sendo feitos estudos para que impacte o mínimo no orçamento do DF.” A estimativa é de que 400 mil pessoas passem por Brasília durante o evento. “É um momento histórico. A capital do país não poderia ficar fora disso”, completou.
Fonte: Metrópoles
