Da redação do Conectado ao Poder
O Tribunal de Contas do DF autorizou a liberação para privatizar a rodoviária do Plano Piloto, mas o pedido pode ser barrado após uma solicitação do deputado Fábio Felix
Não precisa ser nem 8h da manhã para qualquer usuário da rodoviária do Plano Piloto se incomodar com os problemas do local. Mau cheiro, sujeira, pombos, usuários de drogas, elevadores quebrados, excesso de ambulantes, moradores de rua por todos os lados, entre tantas outras queixas.
Durante o programa Rota Atividade, na Rádio Atividade FM (107,1) a privatização da rodoviária foi abordada e teve amplo apoio dos ouvites. Sandro Gianelli apoiou a iniciativa do governo e relembrou que a rodoviária é um problema que até hoje nenhum governo conseguiu resolver. “É hora de tentar novas modalidades de gestão na rodoviária”, disse Gianelli, que afirmou que uma possível parceria entre o setor público e privado seria bem-vinda.
Em 2021, o Governador, Ibaneis Rocha (MDB), durante a inauguração do “Na Hora” da rodoviária, foi questionado sobre a infraestrutura do local. Na ocasião, ele comentou que estava esperando uma manifestação do Tribunal de Contas do DF (TCDF) e que estava estudando uma possível privatização do espaço. “Infelizmente, nós temos uma infraestrutura muito velha. É tanto que nós estamos fazendo uma PPP para liberar a rodoviária para o privado. A gente sabe que é o que tem que acontecer aqui no DF”, afirmou o governador na época.
Em junho deste ano, o Tribunal de Contas do DF (TCDF) autorizou a liberação para que o GDF desse continuidade ao processo de privatização do espaço. No entanto, há alguns dias atrás, o deputado distrital, Fábio Félix (PSOL), apresentou um pedido para a paralisação da autorização. Segundo Fábio, a decisão não teria sido totalmente justa, pois vários comerciantes e lojistas, não foram ouvidos. “O modelo proposto implicará na expulsão de ambulantes e trabalhadores informais dos espaços projetados”. Na opinião de Félix, a decisão de entregar a rodoviária para o setor privado não deve avançar. Para ele, a decisão causaria prejuízo ao comércio informal do local, que é a única forma de subsistência de diversas famílias e ambulantes.
Milton Santos, ouvinte do Rota Atividade, manifestou seu apoio à privatização. Com base nas suas experiências no local, ele afirmou que já passou da hora da Rodoviária do Plano Piloto ser administrada por uma gestão privada, uma vez que o poder público não encontra uma solução. “No meu ver, só não é a favor dessa privatização quem não usa o transporte público. Quem não precisa passar pela rodoviária. Porque quem precisa, conhece o sufoco”, pontuou.
Antônio Rodrigues, morador do Sol Nascente, durante sua participação no programa Rota Atividade, comentou que chegou em Brasília em 1979 e nunca presenciou as escadas rolantes e nem todos os elevadores da rodoviária funcionarem, na sua opinião, o local é uma vergonha para a população da cidade. Antônio ainda sugere que a privatização do espaço seria a melhor solução para os problemas. “É uma verdadeira vergonha para a Capital Federal. Se o Poder Público não tiver condição de botar para funcionar, tem que privatizar mesmo e acabar com essa cracolândia que está se instalando lá, é uma vergonha”, opinou o ouvinte.
“Desde que eu nasci eu espero uma melhoria naquele lugar”. Para Flávia Araújo, a privatização da rodoviária está mais que autorizada. Ela é moradora da Candangolândia e afirmou não aguentar mais tantos transtornos. “Naquele lugar está impossível de caminhar, impossível andar pelo excesso de camelôs, imigrantes, pelo excesso de furtos, você entrou na rodoviária, você é furtado de alguma forma”, opinou.
A população favorável à privatização acredita que isso possivelmente solucionará os problemas existentes, baseando-se em experiências anteriores. O estádio Mané Garrincha estava abandonado, gastando mais do que lucrava, após a sua privatização, voltou a receber grandes eventos. O autódromo de Brasília, parado desde 2014, teve sua gestão transferida para o Banco de Brasília (BRB) e já tem data para reabertura.
Coronel Moreno, possui a mesma opinião de todos os usuários da rodoviária. “Espero que consigam resolver. Fazer essa PPP, essa parceria entre o público e o privado, para poder melhorar a qualidade do serviço para os usuários da rodoviária”, afirmou.
