Em entrevista para a televisão, um dia desses, o repórter me perguntou:
– O senhor não acha que a licitação de novos ônibus está demorando?
Respondi o que realmente eu sentia, o que era uma verdade interior para mim:
– Está sim. Está demorando 50 anos.
Se fosse hoje, 29 de Dezembro de 2013, eu poderia responder: acabou a demora.
Não sei se você tomou conhecimento: meu governo tinha conseguido quebrar o monopólio das empresas de ônibus de Brasília.
Há décadas, um pequeno grupo de pessoas controlava o setor e prestava um serviço de má qualidade, com ônibus velhos e um atendimento, no mínimo, desrespeitoso aos passageiros.
Quebramos o monopólio, fizemos nova licitação, em junho de 2012, e iniciamos a substituição, por veículos novos, de todos os 2630 ônibus do Distrito Federal. Absolutamente todos.
Mas, por incrível que possa parecer, uma única empresa das que perderam a concessão – um único empresário – estava conseguindo emperrar o processo de mudança radical que estamos fazendo no sistema de ônibus de Brasília.
A Viplan, do sr. Wagner Canhedo, vinha opondo, um atrás do outro, obstáculos para a efetiva concretização da concorrência.
O último deles foi a recusa em pagar a indenização trabalhista de seus funcionários, sob a alegação de falta de recursos.
Como seria desumano deixar milhares de pais e mães de família desamparados, determinei que o GDF assumisse o pagamento dos direitos dos empregados da Viplan. E, em seguida, cobrasse da empresa na Justiça.
Diante da ameaça de se prolongar o mau atendimento da Viplan aos que precisam de seus 940 ônibus – e da perpetuação do monopólio – não tive dúvidas: mandei fazer a intervenção e passar o controle da empresa para o governo.
Agora, o que temos que fazer é prestar o melhor serviço, com ônibus novos e um atendimento eficiente. É isso que vou cobrar diariamente.
Na mesma entrevista para a televisão, o repórter me perguntou por que estou sendo mal avaliado nas pesquisas. Eu respondi que não sei, é difícil compreender a razão porque o forte trabalho que estamos fazendo não está sendo reconhecido pelas pessoas.
Mas, na realidade, nosso trabalho não está sendo re-conhecido, porque ele não é conhecido.
É o que dizem as pesquisas: a maior parte da população não sabe o que estamos fazendo, não tem idéia da grande transformação, da profunda mudança que meu governo está realizando.
Só agora, estamos começando a mostrar essas mudanças e transformações, algumas delas, esperando 50 anos.
Atacamos com toda força a questão da mobilidade urbana. E demos prioridade para o transporte de massa.
O objetivo é tornar a circulação diária das pessoas, da casa para o trabalho, mais rápida, mais fácil, mais confortável.
E, com isso, desafogar as ruas e o trânsito para os carros de passeio.
A maior demonstração disso é o Expresso DF Sul.
São 43 quilômetros de pistas exclusivas para ônibus articulados, que vão fazer uma viagem do Gama e de Santa Maria ao Plano Piloto – que hoje gasta uma hora e vinte – demorar só 40 minutos.
O Expresso DF Sul já está com quase 80% concluído.
Por isso, já estamos tocando o Expresso DF Oeste, que sai de Ceilândia e Taguatinga e chegará em minutos ao terminal sul de Brasília.
E no primeiro semestre de 2014, vamos começar o Expresso DF Norte, que vai até Sobradinho e Planaltina.
O Asfalto Novo, que vai chegar a todas as cidades, a pista do aeroporto e outras grandes intervenções que estamos fazendo mostram um pouco de uma das faces do nosso governo, a de executor de grandes e importantes obras.
Nossa outra face é a social, que é pouco vista, mas é de uma importância enorme. Brasília deixou de ser a cidade mais desigual do País por conta da nossa política de combate a desigualdade.
O exemplo é a Fábrica Social.
Instalada na Estrutural, uma área de grande carência, num galpão enorme com máquinas e equipamentos, a Fábrica Social ensina uma profissão às pessoas – a maioria mulher – que viviam da cata do lixo. Elas aprendem a confeccionar bandeiras, uniformes, bolas de futebol. E ganham por peça, por produtividade. Já tem mulheres ganhando até dois mil reais por mês.
Algumas delas se reuniram e vão devolver o Cartão do Bolsa- Família ao governo, porque, explicam, não precisam mais dele. E é comovente ouvir uma delas dizer: “o cartão que a gente devolve vai servir para outra pessoa que esteja precisando mais”.
Pode estar aí uma das portas de saída, que tanto reclamam para os programas sociais.
Já estamos construindo 53 creches e vamos chegar a 115, ano que vem.
Brasília tinha só três Centros Olímpicos. Nós fizemos mais oito.
Mesmo na saúde, que encontrei em estado deplorável, nós conseguimos avançar bem, embora infelizmente, ainda tenhamos sérios problemas.
A Saúde é um problema nacional e aqui, onde eu sonhava poder resolver tudo rapidamente, a questão é agravada com a vinda diária de ambulâncias do Entorno e de outros estados para nossos hospitais. Um exemplo, dobramos de 207 para 431 UTIs na rede pública, fizemos mais em 03 anos do que em 50 anos de vida da nossa cidade.
Instalamos quatro UPAS – Unidades de Pronto Atendimento – que funcionam como pronto-socorro, com vários tipos de atendimento de urgência. E em 2014, vamos entregar mais dez. Só esse ano, elas retiraram 120 mil pessoas das filas de atendimento dos hospitais.
Criamos as Carretas da Mulher, que levam as consultas e exames aonde as elas vivem. E atendem mulheres idosas que nunca viram um médico em toda a vida. Mais de cem mil atendimentos já foram realizados.
Nós ainda fizemos 9 Clínicas da Família, dobramos o número dos Agentes de Saúde e o Hospital da Criança que é uma referência nacional.
Temos muito a mostrar, em todas as regiões e em todas as áreas.
A maior prova do quanto nós fizemos, está no orçamento, eficiência na execução e na aplicação em obras, prezando sempre a transparência e a qualidade de nossas ações.
A melhor marca do governo anterior foi em 2009, com a execução de 1 bilhão e meio de reais.
Em 2012, nós já conseguimos superar estes números. Executamos 1 bilhão e oitocentos milhões do orçamento.
Em 2013, batemos o recorde de todos os tempos no DF: executamos 2 bilhões e 300 milhões de reais.
E, para 2014, nós temos uma boa notícia capaz de garantir um ano feliz para o Distrito Federal e todos os que aqui vivem e trabalham: no ano que vem, vamos executar nada mais, nada menos, a quantia de quase 5 bilhões de reais em melhorias para nossa população.
Feliz Ano Novo para todos.
Que Deus nos abençoe!
Agnelo Queiroz
Governador do Distrito Federal
Fonte: Blog do Sombra / Correio Braziliense – 31/12/2013