Viúva acusada de tramar morte de militar e outras 5 pessoas vão a júri

20150518061538277001oAcusada de mandar executar o marido, Cristiana Cerqueira lamentou a morte do tenente-coronel nas redes sociais, horas depois de o militar ser encontrado morto. Familiares dizem que ela não aceitava a separação.

Doze horas depois de o tenente-coronel do Exército Sérgio Murillo Cerqueira Filho, 43 anos, ser assassinado com um tiro na têmpora, Cristiana Osório Cerqueira, 43, postou em uma rede social um lamento pela morte do marido. De luto, a dona de casa agradeceu o apoio de todos e pediu que o companheiro de 15 anos de casamento descansasse e fosse acolhido “pelos braços do Pai maior”. Menos de cinco horas depois da mensagem, ela e a irmã Cláudia Osório, 50, foram presas pela Polícia Civil sob a acusação de terem tramado a morte do oficial. Elas foram indiciadas por homicídio qualificado e apontadas como as mandantes do sequestro seguido de execução.

Segundo o inquérito, Cristiana e Sérgio Cerqueira estavam em processo de separação. Ela não aceitava a situação e temia perder o padrão de vida, segundo o relato de familiares e de policiais. A mulher teria contratado criminosos para assassinar o marido, com o objetivo de herdar uma pensão militar de aproximadamente R$ 10 mil. O processo foi distribuído ontem para o Tribunal do Júri de São Sebastião, cidade onde o corpo do oficial foi encontrado na madrugada de sábado. Cristiana, Cláudia e outras quatro pessoas, que teriam participado do assassinato do militar, responderão por crime contra a vida e serão julgadas em júri popular. Podem pegar uma pena de até 30 anos de prisão. A família do tenente-coronel, que vive no Rio de Janeiro, ficou chocada com a suspeita sobre a mulher dele. Ao Correio, Marco Cerqueira, 38 anos, único irmão do oficial assassinado, disse que a relação entre ele e a mulher já não estava boa. Os irmãos se falaram pela última vez pouco depois da separação. “Perguntei se ele precisava de ajuda, inclusive financeira. Ele disse que não, que daria 20% do salário para a mulher e ajudaria a filha”, contou. Ainda sobre a separação, o militar disse que Cristiana não estava disposta a procurar um emprego. “Perguntei se a Cris ia trabalhar. Ele contou que ela tinha dito, em tom de ironia, que achava que teria que roubar ou matar para sobreviver. Rimos no telefone, pois não imaginávamos que ela fosse capaz”, disse.

Durante o processo de separação, Cristiana perguntou aos familiares do marido como ficaria a situação financeira dela com o divórcio. Foi informada de que a filha teria direito a 20% do salário do militar, pois a pensão só valeria para a mulher se ela ficasse viúva. A família do militar pretende lutar para que os envolvidos no homicídio permaneçam presos.

Fonte: Correio Braziliense

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