Projeto de Lei busca combater a violência no Metrô com foco em capacitação de funcionários

Deputado Eduardo Pedrosa defende a importância de treinar os colaboradores da Companhia para enfrentar episódios de discriminação e violência

Um novo Projeto de Lei apresentado pelos deputados distritais Eduardo Pedrosa (União), e Wellington Luiz (MDB), pretende enfrentar as frequentes ocorrências de violência nas dependências do Metrô. A proposta busca garantir a segurança de trabalhadores e usuários, alvos recorrentes de racismo, discriminação e outros tipos de agressão, especialmente mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e profissionais do transporte.

Recentemente Pedrosa recebeu em seu gabinete os trabalhadores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Itala e Cleiton, vítimas de uma agressão covarde dentro do metrô. Ambos relataram o preconceito enfrentado diariamente e as dificuldades de seu trabalho. O deputado destacou a necessidade de uma apuração rápida do caso e afirmou que cobrará explicações sobre a atuação dos funcionários do Metrô no episódio, além de acompanhar de perto para garantir que a agressora responda por seus atos.

Como resposta, Pedrosa anunciou que, além do Projeto de Lei voltado para a capacitação dos funcionários do metrô, também apresentará uma moção de reconhecimento aos profissionais da limpeza urbana. “Esses trabalhadores se dedicam a manter nossa cidade limpa e merecem respeito e reconhecimento”, afirmou.

O parlamentar ressaltou que o treinamento e a capacitação dos empregados da Companhia são medidas essenciais para alterar esse cenário de violência. “Em agosto deste ano, dois trabalhadores foram humilhados e agredidos dentro de um vagão do Metrô por uma mulher, que demonstrou preconceito por estarem usando o uniforme de gari”, lembrou o deputado, destacando a gravidade do episódio.

Esse incidente reforça os resultados da recente pesquisa do Instituto Locomotiva, que revela que 72% dos entrevistados já presenciaram situações de racismo em seu transporte diário, enquanto 39% afirmaram terem sido vítimas diretas de discriminação — uma em cada três pessoas negras sofreu preconceito em seus deslocamentos. “Entre os trabalhadores negros do setor, esse índice é ainda mais alarmante: 65% já enfrentaram racismo durante o expediente”, destacou Pedrosa.

O parlamentar enfatizou a importância de denunciar e combater comportamentos violentos em espaços públicos. “É essencial que a sociedade reflita sobre a responsabilidade de proteger uns aos outros e não tolerar agressões, independentemente das circunstâncias. O caso envolvendo os garis revela a urgência de maior proteção e solidariedade nesses ambientes”, afirmou.

Apesar de o recente caso ter envolvido agressões a trabalhadores homens, Pedrosa lembra que as mulheres também enfrentam constantes situações de assédio sexual nos meios de transporte, seja no metrô, ônibus ou serviços por aplicativo. “Por isso, o treinamento dos funcionários é fundamental para prevenir e gerenciar essas situações, garantindo mais segurança para todos”, concluiu.

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