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Não gostaram

Os policiais civis não gostaram nada, nada da atitude do governador Agnelo Queiroz de tirar deles a tarefa de realizar vistoria nos veículos de outros estados a serem transferidos para o DF. Agora, a atribuição é do Detran-DF. Tanto que, na sexta-feira, o Sindicato dos Policiais Civisi do DF (Sinpol-DF), divulgou nota de repúdio à atitude do líder do Executivo local.

Fonte: Blog do Livio di Araujo

Eleições nos EUA – Obama disputa voto a voto para se reeleger

Na véspera da eleição, o presidente Barack Obama e o ex-governador Mitt Romney tentam romper o empate nas pesquisas, numa última arrancada de comícios em estados que vão decidir o pleito. Cada candidato percorre hoje três estados à caça de votos, numa maratona que ontem abrangeu, no total, outros sete. No complicado xadrez eleitoral, Obama tenta manter a vantagem, ainda que dentro da margem de erro, em cinco dos nove estados essenciais, especialmente no Meio-Oeste – o suficiente para assegurar a reeleição, relatam as correspondentes Fernanda Godoy e Flávia Barbosa. Romney, por sua vez, corre o risco de ganhar na votação popular, mas perder no Colégio Eleitoral.

Fonte: Congresso em Foco

‘Cidades de tendas’ se espalham pelos EUA

A menos de 80 km dos milionários apartamentos da Quinta Avenida em Nova York, um grupo de 90 desempregados mora em barracas compradas no Walmart, sem luz e água, fazendo xixi em penico e tomando banho em bacias, no meio de um bosque. Lakewood, em Nova Jersey, é uma das cerca de cem “tent cities” (cidades de tendas) que surgiram nos EUA desde o início da crise, em 2008.

Muitos dos que vivem assim perderam as casas por não pagarem hipotecas ou ficaram na rua depois de serem demitidos e atrasar o aluguel. Nos EUA, tornaram-se o rosto mais visível do crescimento da desigualdade, um dos temas mais quentes da eleição de amanhã entre Barack Obama e Mitt Romney.

Fonte: Congresso em Foco

A família do candidato pode aparecer na sua publicidade

As campanhas eleitorais no Brasil, contrariamente às dos EUA, não têm o hábito e relutam muito em envolver a família do candidato na sua publicidade. Talvez ainda predomine, entre nós, a concepção tradicional e latina da política, como uma atividade masculina e adulta.

Barbara Bush apareceu em um comercial de campanha para ajudar seu marido George Bush

A família, em especial a mulher do candidato, nesta concepção, deve ficar fora da política, protegida num “território proibido” à campanha. Com a presença cada vez maior da mulher em todas as áreas profissionais, e, na política, não apenas em cargos legislativos, mas também nos executivos, esta concepção tradicional está dando lugar à outra mais moderna.

Entretanto, estamos ainda muito distantes da intensidade de participação dos familiares em campanhas eleitorais que ocorre nos EUA. A cada eleição presidencial, a presença feminina cresce, quando comparada com eleições anteriores.

Em 2002, por exemplo, Roseana Sarney chegou a polarizar com Lula nas pesquisas de intenção de voto; Serra foi levado a escolher Rita Camata para sua companheira de chapa; e Patrícia Pillar ocupou um espaço próprio e de grande impacto favorável na candidatura de Ciro Gomes.

No Brasil, em eleições estaduais e municipais, para o executivo e legislativo, ainda não se descobriu, nem explorou, o enorme potencial político representado pela família do candidato, e, de modo muito especial, pela esposa do candidato. Ninguém está mais próximo do candidato, mais autorizado a falar em seu nome, mais credenciado para defendê-lo ou promovê-lo, que a sua esposa.

Nos EUA, para citar apenas o caso da família Clinton, a esposa do Presidente, Hillary, por mais de uma vez- primeiro na campanha e depois na Casa Branca- fez pronunciamentos pessoais em defesa de seu marido, que foram decisivos para a sua vitória e depois para a sua permanência no cargo.

Nesta coluna, vamos ilustrar, com o comercial de Bárbara Bush, esposa do Presidente George Bush (pai), um tipo de peça publicitária protagonizada pela esposa do candidato. Trata-se de um comercial produzido para a campanha presidencial de 1988, em que Bush concorria contra Dukakis do partido democrata, e sobre a qual já reproduzimos várias peças e comentários.

Aquela eleição ficou marcada como particularmente agressiva, um marco histórico no que se chama de “campanha negativa”. Bush, com seu chefe de campanha Lee Atwater, usou em grande escala e com êxito, a “campanha negativa” contra Dukakis, vencendo a eleição.
Qual era o problema?

A imagem de Bush (pré-existente) era de uma pessoa fria, aristocrática, superior, distante das pessoas comuns

O problema residia no fato de que a campanha negativa, por mais eficiente que venha a ser para derrotar um adversário, tem os seus custos para quem a pratica. A imagem de Bush (pré-existente) apresentava-o como uma pessoa fria, aristocrática, superior, e distante das pessoas comuns.

A campanha negativa contra Dukakis agregara a esta imagem os atributos de um político agressivo contra seu adversário, ao ponto da crueldade. (Confira mais detalhes em O Comercial Willie Horton derruba Dukakis).

Para amenizar esta imagem, torná-la mais humana, “a família entrou em campo” com Barbara Bush apresentando um comercial no qual ela descrevia seu marido e manifestando seu desejo de que os americanos vissem “o George” como ela o via. Neste comercial foi usado como locutor o famoso artista de Hollywood Charlton Heston.

O Comercial

O comercial abre com o som de uma música alegre e sincopada sendo tocada ao piano em off enquanto uma menina pequena aparece no vídeo correndo e, com o recuo da câmera, Bárbara e George são vistos brincando com os netos. Seguem-se cenas de um picnic de família, e ouve-se a voz de Bárbara dizendo:

“Eu gostaria que as pessoas pudessem vê-lo como eu o vejo. Como milhares de pessoas o vêm.”

Aparece Barbara Bush falando para a câmera e dizendo:

“Mas vocês sabem, eu sempre adorava aquele tempo em que alguém diria a George: ‘Como é que você pretende concorrer à Presidência, se você não tem uma base eleitoral fixa?'”. Corte rápido para a cena de George Bush brincando com os netos depois cozinhando, enquanto Barbara continuava, em off:

Michael Dukakis acabou derrotado por George Bush na corrida eleitoral norte-americana

“E George dizia: Bom, você sabe, eu tenho uma família muito, mas muito grande mesmo, e além disso, tenho milhares de amigos”. E, é verdade, ele tem mesmo.”

Corte para fotos de Bush num porta-aviões, nas Nações Unidas, fazendo o juramento de vice-presidente, junto com Margareth Thatcher, junto com uma mulher pobre de origem eslávica, com Walenski, seguidas de cenas filmadas de Bush atirando a neta para o ar e beijando-a. Enquanto esta seqüência de fotos e cenas filmadas é apresentada, ouve-se, em off, a voz de Charlton Heston dizendo:

“Por mais de 40 anos, George Bush enfrentou todos os desafios que o seu país e o mundo lhe puseram pela frente. A verdade é, quanto mais você conhece George Bush, mais você descobre que talvez ninguém, neste século, está mais preparado do que ele para ser presidente dos Estados Unidos”

Concluída a locução, aparece letreiro superimposto à tela com a frase: “George Bush uma liderança experiente para o futuro da América”.

Fonte: Política para Políticos

Bandwagon-effect: a síndrome do “efeito adesão” no processo eleitoral

Por que alguns eleitores tendem a manifestar preferência para o candidato que “está na frente”?

É amplamente comentado pela grande imprensa, pelos analistas e pelos candidatos, o efeito da flutuação nas intenções de voto apontadas pelas pesquisas eleitorais. De uma hora para outra, o quadro eleitoral pode sofrer alterações a partir de fatos negativos ou positivos divulgados a respeito dos candidatos.

Flutuação das intenções de voto que aparece nas pesquisas existe mesmo

Tais situações podem exigir mudanças de estratégias para manter a candidatura no páreo até o final da corrida eleitoral. Pois bem, dentre tantos elementos que compõe o ambiente psico-social de uma eleição, está o bandwagon-effect, ou a síndrome do “efeito adesão”.

Bandwagon-effect

O chamado bandwagon-effect, nada mais é do que a tendência das preferências eleitorais se transferirem para o candidato que desponta nas pesquisas.

Em outras palavras, quando um candidato é apontado pelas pesquisas de intenção de voto como favorito, com um percentual significativo de vantagem na preferência dos eleitores em relação aos demais candidatos, ocorre uma transferência de intenções de voto para o primeiro colocado, ou seja, a parcela dos eleitores que não possuem uma escolha consolidada tende a manifestar preferência para o candidato que “está na frente”.

Esse efeito “efeito adesão” ocorre porque os eleitores acreditam que, votando em um candidato que fatalmente será derrotado, estarão “desperdiçando seu voto”, comportamento esse que pode se acentuar com o apelo ao “voto útil”, que geralmente é adotado pelo primeiro colocado, ou por aquele candidato que está mais próximo ao líder nas pesquisas e que pode levar a disputa para um segundo turno.

Eleitores que não têm convicção do voto acabam votando em quem está na frente

Estima-se que a expressão bandwagon-effect tenha sido incorporada ao vocabulário político norte-americano em 1902, numa história em quadrinhos sobre a carreira política de Theodore Roosevelt. Com o tempo, essa expressão foi sendo utilizada até em eleições papais nas quais os cardeais são induzidos a direcionar seu voto para o candidato mais votado no último escrutínio.

De fato, o bandwagon-effect, aplicado aos processos eleitorais, manifesta-se com maior força, em contextos nos quais os eleitores demonstram uma baixa identificação com os partidos políticos e pouco interesse pela atividade política.

Em processos eleitorais nos quais as identidades partidárias são mais enraizadas, como no continente europeu, os eleitores são menos susceptíveis ao bandwagon-effect. Nestes contextos, até podem ocorrer surpresas durante o processo eleitoral, mas é preciso que fatos mais consistentes ocorram para haver um deslocamento das preferências de voto.

Fonte: Política para Políticos

Uma explicação de Maquiavel para a visão negativa da política e dos políticos

Pensador italiano sustenta a irremovível diferença que existe, entre a lógica da vida pública e a da vida privada.

“Como é louvável um príncipe que mantém a sua palavra e vive com integridade! Assim mesmo, a experiência dos nossos tempos mostra que os príncipes que não mantêm a sua palavra, tiveram muito sucesso em seus governos, e foram capazes, pela astúcia, de confundir as mentes das pessoas. Estes príncipes, que não honraram suas palavras, tiveram em última análise mais sucesso do que os príncipes que fizeram da lealdade o fundamento do seu poder.” “Por isso, um governante prudente não deve manter sua palavra, quando fazê-lo for contra o seu interesse, e, quando as razões que o fizeram comprometê-la não mais existirem. Se os homens fossem bons, este preceito seria errado e condenável, mas, como eles são maus e não honrarão as suas palavras com você, você também não está obrigado a manter a sua para com eles.”
(Maquiavel – O Príncipe Cap. XVIII)

O parágrafo do Príncipe permite entender as razões, pelas quais Maquiavel sustenta a irremovível diferença que existe, entre a lógica da vida pública e a da vida privada.

No núcleo básico do pensamento político de Maquiavel, encontra-se, não apenas uma radical diferença entre as duas esferas, como a presença de uma “alquimia política”, mediante a qual, o que é virtude numa esfera tende a tornar se vício e defeito, quando aplicado em outra esfera da vida.

Lógicas da vida pública e da vida privada são muito diferentes

Tornava-se assim impossível para Maquiavel a existência de uma mesma ética, aplicável com igual validade, à esfera familiar e à esfera política.

Rompia Maquiavel com o pensamento dominante da Idade Média, consolidado de forma genial e definitiva, na Suma Teológica de Sto. Tomás de Aquino e na filosofia escolástica, que, pelos séculos vindouros, seria o “código” da ortodoxia do pensamento cristão.

Ortodoxia que se assentava no princípio conhecido como “A Grande Corrente do Ser”, mediante o qual o universo era penetrado por uma ordem hierárquica que vinha de Deus, na sua cúpula, até o mais inferior dos seres, na sua base.

Com Maquiavel começa então uma análise da política, que se apoia na prática, no comportamento humano como evidenciado na realidade e na história, e não em princípios religiosos e filosóficos, revelados ou racionalmente concebidos. Com Maquiavel rompe-se uma tradição de pensamento político que vinha desde a Grécia Clássica, passando por Roma, e por toda a Idade Média Europeia, cujos pressupostos básicos eram os mesmos.

Para Maquiavel e para os pensadores da “escola realista” da política que viriam a seguir(como Baltasar Gracián, Cardeal Mazzarino, Cardeal Richelieu, Guicciardini, Mandeville), a vida pública possui uma natureza muito diferente da vida privada.

Certos comportamentos totalmente recomendáveis e elogiosos na vida privada, se transpostos para a vida pública, revelam-se catastróficos, e, inversamente, comportamentos censuráveis nas relações privadas, mostram-se necessários e até indispensáveis na vida pública.

Esta contradição entre virtudes e defeitos na vida privada e na vida pública, foi analisada com excepcional objetividade e crueza, por Maquiavel. No Príncipe, ele demonstra como uma virtude da vida privada, se adotada literalmente pelo governante, transforma se no seu oposto na vida política.

O que o “sovina” fizer para o povo será recebido como uma agradável surpresa

O governante liberal, por exemplo, no seu desejo de agradar a todos, gasta mais do que poderia, tendo que depois criar novos impostos e coletá-los avidamente, para cobrir o déficit.

Já o governante “sovina” gera poucas expectativas, e, como dele só se esperava o pior, aquilo que fizer para o povo será sempre recebido como uma agradável surpresa e dobrada satisfação. Além disso, gastando pouco não precisará aumentar os impostos.

Em resumo, a sovinice, um defeito na vida privada, torna-se uma virtude na vida pública, enquanto que a liberalidade, uma virtude na vida privada, transforma o governante num antipático e autoritário arrecadador. Maquiavel usa vários exemplos análogos a este, para justificar a paradoxal relação existente, entre virtudes e defeitos na vida privada e na vida pública.

Qualquer político sabe, se não por teoria por experiência, que esta diferença é real, e, provavelmente, já terá vivido, na sua carreira situações como as descritas por Maquiavel.

Provavelmente constatou que o “comportamento virtuoso” da vida privada, literalmente transposto para a vida pública, produziu efeitos políticos desastrosos, enquanto que outros comportamentos menos virtuosos, foram instrumentais para o sucesso político.

É nessa diferença que reside a ambiguidade da política para o cidadão comum, e a sua tendência de encará-la de maneira negativa e pejorativa.

O cidadão comum continua cultivando os valores da vida privada, acreditando que devam ser os mesmos que devam regular a vida pública, enquanto o político e o governante são forçados a administrar aquela inevitável contradição.

Na vida privada o que se disse ontem tem que ser mantido amanhã, na vida pública a capacidade de mudar de opinião é não só natural como indispensável; na vida privada mudar de partido é uma falta de princípios, na vida pública uma contingência comum; na vida privada a promessa feita é um compromisso moral, na vida pública é um compromisso político, sujeito a variadas condições.

Por não compreender a diferença de natureza que existe entre as duas esferas de vida e, porque nenhum político se atreve a explicá-la ao eleitor ( até porque estaria liquidado politicamente no momento em que o fizesse), permanece esta “brecha” perceptiva entre o eleitor e o político.

O eleitor tende então a desenvolver uma visão pejorativa da atividade política, e uma imagem negativa dos políticos.

Os políticos, por seu lado, tendo que agir levando em conta a lógica própria da esfera pública, precisam, pelo menos, “parecer” aos eleitores que adotam os comportamentos determinados pelos valores da esfera privada. É desta “brecha” estrutural que provêm os preconceitos para com a atividade política e os políticos. É a partir dela que os políticos recorrem às ações e técnicas do marketing político.

Existe uma “brecha” perceptiva que obriga o político a viver duas vidas

É por causa dela que um ataque à honra pessoal do político é tão devastador, podendo liquidar com uma carreira.

É ela que obriga o político a viver duas vidas: com os eleitores cultivando os valores e virtudes da vida privada, por meio dos quais é visto como um deles, e conquista a sua confiança; com os outros políticos e governantes, praticando a “lógica do poder”, sem a qual não sobrevive na selva política.

Esta é uma “brecha” perceptiva que não se elimina.

Seria preciso que os eleitores adquirissem um maior conhecimento, sofisticação e experiência sobre a vida política, para entender o problema como tal, sem preconceito, e compreender melhor as peculiaridades da carreira política, separando com segurança “o joio do trigo”.

Atente-se que não estamos nos referindo ao contraste entre honestidade e desonestidade, entre ética e corrupção.

Mesmo os políticos mais honestos têm que recorrer a expedientes aos quais, como regra, não precisam recorrer na vida privada, para esconder sua estratégia; para se proteger das promessas; para fazer alianças e coalizões sem as quais não conseguirá governar, etc.

A “nobre arte da política” transforma-se então num setor de atividades, onde reina a ambiguidade, estando sempre a um passo da censura pública.

Reconhecer esta diferença não significa, porém, tolerar comportamentos desonestos. Significa apenas admitir que a esfera pública possua uma lógica própria, diferente da vida privada, como alertou Maquiavel há cinco séculos.

Não é preciso ser desonesto para ter sucesso político.

Ao contrário, a desonestidade é um caminho que conduz ao desastre político e pessoal. Por outro lado, um político que queira se comportar na esfera política como se comporta na vida privada, também muito dificilmente logrará sucesso.

Os valores e princípios morais são indispensáveis ao político. São eles que, em última análise, conferem sentido à sua carreira e às suas atividades. Entretanto quem os utiliza, para com eles esgrimir no cotidiano da vida política, não vai longe.

A absoluta intransigência moral – como a ideológica- torna o político demasiado rígido para a intrínseca plasticidade da vida política.

Na política poucas são as vezes em que se decide entre o mal absoluto e o bem absoluto. A maior parte do tempo decide-se sobre o mal menor e o bem possível, matérias que estão longe de possuir aquela característica de escolha apocalíptica.

Fonte: Política para Políticos

Sem tribuna

No novo acordo para a recondução de Patrício no comando da Mesa Diretora, Agaciel Maia vai ficar até meados de 2014 sem bater o ponto na Câmara Legislativa. Ao deputado do PTC está reservada uma secretaria com boa visibilidade.

Fonte: Notibras

O que Valério contou ao MP, e o que ainda resta contar

Em setembro, VEJA trouxe à tona alguns dos segredos guardados por Marcos Valério, operador financeiro do mensalão. Entre eles, a informação de que o ex-presidente Lula teve papel de protagonista no esquema.

Pouco depois, o empresário informou o STF, por meio de um fax, que estava disposto a contar o que sabe. Ele também foi ouvido pelo Ministério Público. Valério disse ao MP, na tentativa de obter um acordo de delação premiada – um instrumento pelo qual o envolvido em um crime presta informações sobre ele, em troca de benefícios – ter detalhes sobre outro caso escabroso envolvendo o PT: o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002.

O relato do publicitário é de que Lula e seu braço-direito Gilberto Carvalho (atual secretário-geral da Presidência) estavam sendo extorquidos por figuras ligadas ao crime de Santo André – em especial, o empresário Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura.

Procurado pelos petistas para dar aos achacadores o dinheiro que eles buscavam, Valério recusou: “Nisso aí, eu não me meto”, disse ele em um encontro com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT, e Ronan. Quem relata é o próprio publicitário.

O operador do mensalão afirma que não aceitou entrar no jogo, mas sabe quem acertou as contas com Ronan: um amigo pessoal de Lula, utilizando-se de um banco não citado no esquema do mensalão.

Mais “bombas”

As declarações são apenas parte do arsenal de Valério. Como VEJA havia mostrado já em setembro, o publicitário, que diz temer por sua vida, cogita trazer à luz detalhes sobre o envolvimento de Lula no esquema do mensalão.

Mais do que isso: diz ser capaz de desvendar o mistério sobre a origem do 1,7 milhão de reais apreendidos pela Polícia Federal no escândalo do dossiê dos aloprados, em 2006. E de dar detalhes comprometedores sobre a participação do ex-ministro Antonio Palocci na arrecadação de recursos para o caixa do PT.

Valério foi condenado a 40 anos de prisão. É provável que sua delação tardia não tenha grandes efeitos sobre a pena que terá de cumprir. Mas pode ajudar o país a resolver questões que ficaram sem resposta nos últimos anos.

Fonte: Congresso em Foco

As defesas do público em relação ao orador e seu discurso

Todo discurso político se constitui numa peça de persuasão em torno de um tema público que usualmente é controvertido.

1. Não esqueça nunca que a sua comunicação é interessada

Partindo da realidade do eleitor, nunca será demais enfatizar a sua “postura defensiva”, em relação ao discurso do político.

A tendência é uma posição defensiva ao discurso político

Todo discurso político se constitui numa peça de persuasão em torno de um tema público que usualmente é controvertido.

Enquadra-se naquilo que se chama de comunicação interessada, isto é, aquela comunicação que visa levar os ouvintes a adotar uma atitude do interesse do orador.

A comunicação social pode ser classificada em:

Altruísta – (amor, educação, religião, arte)
Interessada – (economia, política)

Porque é tão importante caracterizar a comunicação política como um tipo de comunicação interessada? Porque a Comunicação Interessada está na origem da maioria das características da política.

Na comunicação política, A comunica-se com B porque está interessado em obter algo que este possui; e B aceita a comunicação, porque A possui algo que pode lhe interessar.

A própria “estrutura da situação” de uma campanha eleitoral já predispõe o ouvinte a uma posição defensiva, comumente de ceticismo, quando não de franca hostilidade ao orador e à sua mensagem.

Na dinâmica da campanha, muitas vezes esquece-se dessa realidade. Em consequência a comunicação política da candidatura toma um rumo, que é rejeitado pelo eleitor.

2. Não basta pois, conquistar a atenção. É preciso desmobilizar a desconfiança

A comunicação interessada traz consigo além da atenção que possa despertar, a nítida percepção do interesse egoísta do orador.

Essa percepção conduz a uma natural reação de defesa do eleitor, sob a forma de desconfiança, ceticismo e “sovinice”, em relação à entrega do recurso cobiçado pelo orador (voto).

O político reage à essa resistência, revestindo a sua busca do voto numa causa nobre, altruísta e do interesse geral.

É nesse jogo de posições invertidas que o verdadeiro político revela suas qualidades, ao conseguir desmobilizar a reação de defesa do eleitor, para então tentar persuadi-lo, e ganhar o seu voto.

A publicidade de campanha tem que partir deste fato – a desconfiança do eleitor – e ser capaz de apresentar uma comunicação que seja por ele percebida não somente como atraente, mas também como verdadeira, bem intencionada e de interesse geral. Por essas razões, o político precisa estar preparado para superar a reação inicial de defesa e ceticismo, afim de que seus argumentos possam ser apreciados com boa vontade, ou pelo menos com razoável neutralidade. O político, mesmo em situações sociais, é percebido como alguém que está a se aproveitar de qualquer oportunidade, “para vender o seu peixe”, como se diz na linguagem popular.

Falando sobre a realidade do público é possível quebrar o “muro” do ceticismo

Assim, o discurso político, a menos que seja feito para um público de “fiéis”, já previamente identificados com as ideias e a pessoa do orador, sempre enfrentará uma resistência silenciosa, que funciona como uma defesa contra a persuasão.

3. Depois de desmobilizar a desconfiança tem que derrubar a barreira de defesa do ouvinte

Tendo sucesso em desmobilizar a desconfiança, o próximo passo é romper a barreira de defesa, condição indispensável para o discurso poder ter alguma eficiência persuasiva junto ao público. Como rompê-la? Às vezes não se consegue.

São situações em que o orador tem a impressão que fala para um “muro”. Nesses casos, conclua seu discurso mais cedo, não aceite provocações, e encerre com elegância.

Na maioria das vezes, porém, é possível rompê-la, senão para todos os integrantes do público, pelo menos para a maioria ou uma grande parte deles, e ainda, se possível, deixar uma dúvida razoável na cabeça dos que resistiram.

Os políticos tendem a adotar a “oratória do bem comum” para transformar o seu interesse no voto do eleitor em interesse coletivo.

O problema está em fugir da linguagem “bem comum” porque já foi e é demasiado usada e está gasta. O eleitor não entende nunca qual é “a sua parte” neste tão falado bem comum.

O mais aconselhável é encontrar, desde logo, um problema que afeta àquelas pessoas, na qual estarão inevitavelmente interessadas, pela prioridade que atribuem a ele.

É através dele que você começa o “desarmamento” do auditório. Por meio dele você estabelece uma base comum entre o que eles querem ouvir e o que você vai falar.

Depois de explorar este caminho, tendo já conquistado o interesse deles, você então pode explorar outros assuntos, ainda que sempre cuidando para estabelecer uma relação entre eles, suas vidas, e a questão que você está abordando.

Ao falar sobre assuntos da realidade do seu público você pode conseguir atravessar aquela barreira inicial de ceticismo e desconfiança, mostrando-se autenticamente interessado no problema deles.

Seu discurso então poderá ser percebido como uma comunicação importante, cujo objeto vai muito além do seu interesse pessoal, levando as pessoas a ouvirem com atenção os seus argumentos.

Se conseguir levar seu público a essa disposição você terá encontrado a forma de derrubar aquela barreira, o “muro de defesa”, que bloqueava o seu acesso à mente e ao coração deles.

Fonte: Política para Políticos

A passagem de “modo de eleição” para “modo de governo”: 10 questões prioritárias para resolver (I)

Eleição e governo são realidades diferentes e que exigem diferentes estratégias e mudanças de comportamento.

Na verdade, este princípio contém dentro dele a seguinte advertência: “O que ajudou na eleição tende a prejudicar no governo”. A questão da passagem de “modo”, portanto, é bem mais séria e urgente do que poderia parecer a uma consideração superficial. Eleição e governo são realidades diferentes (é óbvio) e que exigem diferentes estratégias e mudanças de comportamento (nem tão óbvio). Vamos enunciar 10 questões que balizam esta mudança e que devem se constituir na preocupação imediata do governante ou legislador eleito.

Após a eleição, o político eleito passa de atacante a alvo

1) A parte e o todo

A campanha eleitoral é sempre dirigida a uma parcela do eleitorado, quantitativamente expressiva, a ponto de poder eleger o candidato, mas sempre uma parte. A candidatura é uma entre outras, o partido é intrinsecamente uma parte da opinião política organizada e a estratégia de campanha foca seus esforços numa parte do eleitorado, desprezando os eleitores fixos de outros candidatos.

Ao ser eleito o governante é governante de todos. Agora representa o todo, não mais a parte. Seu governo, seus auxiliares, seu discurso, seus comportamentos, devem exteriorizar esta nova condição em que se encontra: a de governar/legislar para todos. Não é fácil esta parte da metamorfose. Abrir-se para os “outros” significa deixar o terreno conhecido e confiável da sua “parte” para ingressar no território do “inimigo”. Seus companheiros da sua “parte” lutaram e ganharam. Agora, querem mandar, governar. Poderão ter pouca compreensão para as concessões, transigências e acordos que você vai precisar fazer para governar. A linguagem de combate deve ceder espaço à linguagem da união e da conciliação. Finalmente, esta é uma parte da metamorfose que não pode tardar. Começa tão logo você é eleito, nos seus primeiros pronunciamentos.

2) Propor e criticar x realizar: agora você é vitrine

Eleito você torna-se vitrine. Adquire as vantagens da condição junto com os riscos de tornar-se alvo dos “estilingues de plantão”. Durante a campanha, você propôs, talvez mesmo, tenha avançado além do que a prudência recomendaria para se eleger. Durante a campanha você atacou o governo em exercício e mostrou suas falhas, seus erros, sem nunca se preocupar em analisar mais detidamente se não havia razões fortes o bastante para explicá-los, desculpá-los, ou, pelo menos, para reconhecer atenuantes. Não. Você foi terrível. Apontou os erros, identificou responsáveis, mostrou as terríveis conseqüências, imputou irresponsabilidades e incompetências. Agora, os problemas são seus. São de sua responsabilidade pessoal. E você logo vai descobrir que eles são mais complexos e difíceis de resolver do que pareciam quando você era “estilingue”. Mais ainda, agora você deve enfrentá-los e resolvê-los, e o povo que o elegeu vai esperar, de quem foi tão enfático na crítica, uma superior capacidade para dar conta deles. Você será cobrado pela mídia, pela opinião pública, e, sobretudo, por seus adversários. Passar de “modo” neste item é tensionar toda a sua administração para realizar o prometido. É lutar, dia após dia, contra as dificuldades financeiras, burocráticas e políticas, para realizar, fazer acontecer. A lua de mel, com a suspensão temporária das cobranças e críticas, vai durar pouco.

Ao ser eleito, os problemas são responsabilidade pessoal do político. Ele deixa de ser “estilingue”

3) Plano de governo: uma arma que era a favor agora é contra

Na campanha o plano de governo era uma arma. Ele compendiava a sua capacidade, a qualidade de seu staff técnico, a sua originalidade e criatividade, o rumo certo para as mudanças seguras. O plano subsidiava seus programas de TV e seus discursos. Era estrela nos debates. O plano era o futuro no papel. Estava tudo lá: o diagnóstico e a terapia, o que fazer e como fazer, o cronograma, o organograma, o novo estilo…

Agora, o plano é uma “camisa de força”. Tornou-se o material de referência para as cobranças. Nas suas reuniões com os funcionários permanentes, com seus homens de orçamento, você logo vai ter más notícias, referentes ao seu plano. Eles logo vão alertá-lo sobre a tênue relação que o plano possui com a realidade administrativa e financeira que lhe cabe dirigir. Para não ter que ficar dando explicações pelo resto do mandato você deve imediatamente transformar aquele plano de campanha num programa de governo. Vai ter que recondicioná-lo, adaptá-lo à realidade e vender à opinião pública seu programa de governo, viável, realizável e atraente.

A passagem de “modo” neste aspecto implica em elaborar este programa de governo, contemplando suas principais promessas e compromissos, transformadas em prioridades de governo. Vendê-las com um marketing agressivo e persuasivo, deixando de lado questões de menor importância que, embora estivessem no plano de campanha, não vão integrar o programa de governo, ou questões de importância, mas com relação às quais você não fez promessas e nem assumiu compromissos explícitos.

Fonte: Política para Políticos

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