Da redação do Conectado ao Poder
O Ministério da Saúde registrou 11 confirmações de intoxicação pela substância e iniciou monitoramento em indústrias de bebidas.

A crise de saúde pública relacionada à contaminação por metanol alcançou cinco estados brasileiros e o Distrito Federal, com um balanço alarmante do Ministério da Saúde. Até o momento, são 128 casos registrados, dos quais 11 foram confirmados, e uma morte, na cidade de São Paulo.
A contaminação teve origem em bebidas adulteradas, que frequentemente contêm metanol, uma substância altamente tóxica. O Ministério da Saúde destaca que, das mortes registradas, apenas uma está confirmada. As investigações continuam para apurar outras ocorrências em São Paulo, no qual oito casos estão sendo analisados, além de outros em Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul.
Em resposta ao aumento significativo de intoxicações, a Polícia Federal, em colaboração com o Ministério da Agricultura e Pecuária, lançou a Operação Cessatio. Esta ação visa fiscalizar indústrias de bebidas em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais com o objetivo de recolher amostras de produtos para análise laboratorial, verificando a presença de substâncias proibidas e a rastreabilidade dos lotes.
De acordo com Siddhartha Giese, analista químico do Conselho Federal da Química, identificar a origem do metanol nas bebidas apreendidas é desafiador, pois a substância é quimicamente idêntica, independentemente do método de produção. Contudo, traços de impurezas podem fornecer pistas sobre sua origem. O metanol pode ser adquirido mais facilmente no mercado clandestino, tornando-se uma opção lucrativa para falsificadores.
A toxicidade do metanol representa um risco grave, pois sua aparência e odor são semelhantes ao etanol, dificultando a percepção de adulteração. Não existe um volume mínimo que permita a detecção da substância através de paladar ou olfato humanos, tornando inviáveis quaisquer testes caseiros de segurança.
As consequências da ingestão de metanol são extremamente sérias. O corpo metaboliza o metanol em substâncias tóxicas que podem causar danos severos, incluindo cegueira e até morte. Estima-se que a ingestão de 30 ml de metanol puro possa levar a falência de órgãos e morte.
A recomendação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é que os consumidores evitem bebidas destiladas, dado que a adulteração com metanol é mais prevalente nesses produtos. O alerta é claro: as bebidas fermentadas, como cervejas e vinhos, são mais difíceis de serem adulteradas de maneira econômica, porém ainda existem riscos a serem considerados.
O clima de preocupação se acentua, com especialistas exortando a população a estar alertas em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, especialmente as que não possuem a devida fiscalização.










