Categoria dos agentes socioeducativos ameaça até greve por causa de nomeações

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20151102225422Com a recente troca de secretários na pasta de Políticas para Crianças, Adolescentes e Jovens – saiu Jane Klébia Reis e entrou Aurélio Araújo -, os servidores da carreira socioeducativa emplacaram o nome do corregedor.

A reforma administrativa do Palácio do Buriti promoveu mudanças significativas também no segundo escalão das secretarias. As mudanças não se limitaram aos comandos. Com a recente troca de secretários na pasta de Políticas para Crianças, Adolescentes e Jovens – saiu Jane Klébia Reis e entrou Aurélio Araújo -, os servidores da carreira socioeducativa emplacaram o nome do corregedor. E, na briga pela  indicação do comando da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo, ameaçam até fazer greve.

“As indicações são técnicas, do secretário. Por valorização de carreira”, informou a assessoria de comunicação da Secretaria da Criança. Oficialmente, a pasta diz que houve pedido do governador para que o novo secretário priorizasse e valorizasse os servidores de carreiras. Por este motivo, apenas efetivos foram indicados para os cargos. Ocorre que nem todas agradaram.

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Presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa do DF (Sindsse-DF), Cristiano Torres diz que a entidade não participou das escolhas. “Não faz parte das atribuições do sindicato indicar gente para a gestão.  Sindicatos existem para levar demandas dos servidores”, argumentou. Mas reconhece que o nome do corregedor – Israel Carrara de Pinna – agradou aos servidores. “No caso da Corregedoria, não houve resistência”, diz, citando que a categoria está “muito preocupada” com o nome escolhido para subsecretarias, como a  do Sistema Socioeducativo. “São nomes  ligados a uma gestão opressora de servidores, que já passou pelo sistema. E os servidores estão inclinados a não admitir”, afirmou o presidente do Sindsse.

Ele diz  que, embora o sindicato entenda que não pode   indicar gestores, os servidores “solicitaram” que a entidade interviesse, “em função de más experiências anteriores”.

Assembleia “tensa”

A reivindicação está, inclusive, na pauta de uma assembleia marcada para amanhã, com indicativo de greve. “A assembleia vai ser tensa”, anunciou Cristiano Torres.

Entre os assuntos a serem tratados pela categoria, está também o  que chamam de “desmembramento do socioeducativo”, uma vez que, na reforma administrativa,  as    Unidades de Atendimento em Meio Aberto  (Uama’s)  foram transferidas da  gestão da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo para a  de Promoção de Políticas para Criança e Adolescente.  “A secretaria tem até amanhã para apresentar alguma mudança”, reforçou Torres.

Corregedoria: reclamação antiga

A Corregedoria da Secretaria da Criança foi criada em julho de 2012, pelo então governador Agnelo Queiroz, como “mais uma medida para melhorar o sistema socioeducativo do DF, por meio da apuração sistemática e isenta dos fatos nele ocorridos”. À época, Agnelo deixou claro que esta seria uma garantia da adoção imediata de medidas de controle e recuperação do sistema de internação.

Desde então, a  indicação do corregedor é reivindicação  dos servidores do sistema socioeducativo. Na gestão de Jane Klébia, foi  uma das principais bandeiras levantadas pelo sindicato, embora, oficialmente, a entidade não confirme.

“É preciso saber escolher”

A então secretária sempre resistiu aos apelos. Nos bastidores, sabia-se que Jane não queria que um servidor do sistema socioeducativo estivesse à frente da estrutura que julgaria supostos abusos cometidos pelos próprios colegas.

A argumentação de que o governo valoriza as carreiras, com a  indicação de apenas servidores para as subsecretarias, diz o sindicato, deve ser vista com cautela. “Vale ressaltar que este  sentimento é do servidor e não do sindicato. Para os servidores, é positivo escolher servidores de carreira, mas é preciso saber escolher”, argumentou Cristiano Torres, do Sindsse-DF.

Saiba mais

Os servidores da carreira socioeducativa iniciaram um movimento grevista em 8 de outubro e o   suspenderam no dia 17, a pedido do  governador Rodrigo Rollemberg, que recebeu a pauta de reivindicações da categoria.

Entre as bandeiras da categoria, está o pagamento da última parcela do reajuste salarial aprovado em 2012. Diferentemente da maioria dos servidores, a categoria deve receber o reajuste junto com o salário do  mês de novembro – ou seja, até o quinto dia útil de dezembro.

O governo, argumenta  o sindicato, já anunciou que tem intenção de pagar o reajuste apenas em outubro do ano que vem e sem retroativos. Além dos nomes que não são bem-vindos, os servidores devem analisar também a questão do pagamento. E o movimento grevista pode ser retomado.

 Fonte: Jornal de Brasília

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