Por anos os mais diversos seguimentos defensores do meio ambiente NACIONAIS E INTERNACIONAIS vêm anunciando ou, digo eu “profetizando”, acerca de uma possível crise hídrica ou crise de água potável no mundo inteiro.
Em 1977 o professor de Ecologia Paulo Nogueira Neto, titular da Sema – Secretaria Especial do Meio Ambiente, do Governo Federal afirmava em entrevista a reportagem a Folha em 25 de maio de 1977: “Água de São Paulo está no fim,” há 37 anos.
Nessa reportagem, o então secretário federal destacou São Paulo e Belo Horizonte como “exemplos típicos de má utilização da água doce” no Brasil.
Ele afirmou que as duas cidades deveriam “cuidar urgentemente da preservação de seus recursos hídricos”, ressaltando que a situação da capital paulista era “particularmente delicada”, pois os mananciais que a abasteciam já naquela época seriam posteriormente necessários para atendimento à região metropolitana que começava a se formar em Campinas. E acrescentou: “E, talvez, antes do final do século, São Paulo terá que se abastecer com água transportada do vale do Ribeira.” (Fonte: Folha)
Assim como uma analogia revés a história bíblica, em que Noé anunciava o fim da humanidade com o dilúvio, o professor Nogueira Neto anunciava o fim das águas, o que estes dois personagens da vida real teve em comum, foi que nenhuma pessoa ou autoridade política lhos deram ouvidos, e ambos anuncios trágicos vieram a acontecer.
Nestes últimos 21 anos em que tivemos PSDB e PT governando a nação brasileira, o que vimos foram equívocos graves na elaboração de inexistentes Políticas Públicas de Meio Ambiente. Vemos um Ministério de Meio Ambiente inoperante, sem autonomia e sem atitude, o brasil tinha um Código Florestal que era exemplo mundial e que por força de uma bancada de políticos nefastos e bancados pelos dinheiros do agronegócio rasgaram sem medir as devidas consequências a ciência da mãe natureza que previa margens seguras de áreas que manteriam preservadas as nossas águas.
A região do Centro-oeste brasileira que tem o bioma do Cerrado por predominância, o que nos faz ser o berço das águas brasileiras, se quer tem a garantia contitucional que assegure de preservação do bioma. Bioma este possuidor uma vasta fauna e flora, flora esta com grande potencial nutricional e medicinal (ainda não pesquisado por nós brasileiros), que com suas árvores de pequeno porte e retorcidas, tem em suas raízes o segredo do armazenamento hídrico devido as suas profundidades.
Lamentavelmente o agronegócio vem destruíndo o cerrado, com anuência de governos estaduais sem compromisso com o futuro da região, como exemplo do governo do estado de Goiás que não controla a plantação de cana de açúcar, criação de bovinos e a grande extenção de áreas onde hoje se plantam uma espécie exótica popularmente conhecida como eucalíptos, que por sua vez destróem o solo e sacam as nossas águas.
Aqui em Brasília caminhamos para um grande colápso hídrico, o rio Descoberto forma-se na cidade satélite de Brazlândia, e seu reservatório já super cogestionado, pois é responsável pelo abastecimento de cerca de 70% de todo o Distrito Federal, vem dando sinais de cançaso devido ao descaso do Governo do Distrito Federal.
Após abastecer 70% de todo o Distrito Federal, o esgoto destas cidades deságuam no córrego Cortado e Taguatinga, por sua vez deságuam no rio Mechior que novamente retorna ao rio Descoberto totalmente poluído, prova disto, é o grande problema que o rio Descoberto causa ao Reservatório de Corumbá IV que em seu braço que daságua no Reservatório, uma grande proliferação de Macrófitas, águas pés que nascem em águas contaminadas por esgotos.
Diante desta tragédia anunciada e assistida por todos nós, coloca em xequemate o projeto inicial do Reseratório de Corumbá IV, abastecer o Distrito Federal de água potável.
O que os nossos governantes, desprovidos de compromisso com a nossa geração futura, estão preparando?
* Fernando Lobão