Por Sandro Gianelli
Relutei para não falar sobre a morte da vereadora Marielle Franco do PSOL do município do Rio de Janeiro. Confesso que tudo que tenho lido, ouvido e assistido tem me chocado.
Tudo em nosso país passou a ser motivo de política, ou pior, de politicagem. A morte de Marielle é um destes casos e acendeu um revanchismo sem precedentes. É o morro contra o calçadão, polícia contra bandido, direita versus esquerda.
Gostaria de ver o dia em que os brasileiros se unissem não pela final da copa do mundo, mas pelo Brasil, todos juntos, de mãos dadas em prol do nosso país, um país que é único, continental e livre de males que aterrorizam o mundo como guerras, vulcões e terremotos.
E digo mais, chegou a hora dos brasileiros se unirem e darem um basta em muitas coisas que são normais em nosso país. No Brasil é normal um cidadão comum, trabalhador e pai de família ser morto por R$ 20 reais. No Brasil é normal ver um policial, juiz, político ou qualquer outro profissional ser morto por simplesmente exercer com excelência a sua profissão.
Quem matou a Marielle foi o sucateamento do nosso Estado. Foi a falta de oportunidades de emprego, lazer, esporte e cultura. Essas ausências causadas por motivos egoístas como a corrupção, que passou a ser estrutural e não exceção no Brasil e que causam um transbordo na falta de segurança pública e beneficia o aumento da criminalidade e o pior, a profissionalização das estruturas criminosas no país.
Para mim, quem matou a Marielle não foi um policial e nem um traficante, foi um criminoso. Seja policial ou bandido, quem cometeu esse homicídio é um assassino, simples assim, mas a culpa talvez nem seja dele, tem muito criminoso travestido de inocente com as mãos manchadas pelo sangue da Marielle.
Para finalizar, os políticos dão um péssimo exemplo quando politizam o crime. Anjo ou demônio ela morreu. Prendam o assassino. Fim de papo.