Por Sandro Gianelli
Celina Leão lidera a corrida pelo governo, enquanto Michelle Bolsonaro e Ibaneis Rocha aparecem como favoritos ao Senado, mesmo em levantamento feito por aliados da esquerda

Mesmo sendo uma sondagem interna da esquerda, os dados de uma pesquisa com circulação no Palácio do Planalto mostram que, por ora, quem tem motivos para comemorar é a direita. A vice-governadora Celina Leão (PP) aparece como favorita para assumir o governo do Distrito Federal em 2026, enquanto Michelle Bolsonaro e Ibaneis Rocha são os principais nomes para o Senado.
Com 37,9% das intenções de voto, Celina lidera com folga a disputa ao Palácio do Buriti, beneficiada pela alta exposição como vice e aliada direta do governador Ibaneis Rocha. Ela também é, até aqui, a figura mais conhecida no campo governista.
No Senado, o favoritismo também pende para o lado do atual governo. Michelle Bolsonaro aparece com 28,7% das intenções de voto e se firma como o principal nome bolsonarista na capital federal. Já Ibaneis, atualmente no comando do GDF, tem 22,8% e segue competitivo para uma das duas vagas em disputa.
Se a direita caminha com seus candidatos bem posicionados e relativamente consolidados, a esquerda mostra sinais de desorganização. Leandro Grass (PV), com 16,3%, é hoje o nome mais competitivo da esquerda para o Buriti. No entanto, ainda está distante de representar uma ameaça real à liderança de Celina.
A situação se complica ainda mais com a manutenção da pré-candidatura de Ricardo Cappelli (PSB), que aparece com apenas 3,7% das intenções de voto. A divisão entre Grass e Cappelli fragmenta os votos da esquerda e enfraquece qualquer tentativa de frente ampla para a disputa local.
O estudo também menciona nomes como Damares Alves, Geraldo Magela e Paula Belmonte, mas todos com desempenho tímido. Damares conta com base ideológica fiel, mas pequena. Já Magela e Paula enfrentam alto índice de rejeição e dificuldade em renovar suas imagens diante do eleitorado brasiliense.
O favoritismo de Celina, Michelle e Ibaneis, há mais de um ano para a formação das chapas, reforça um ponto: a direita entra em 2026 com vantagem clara no tabuleiro político do DF, enquanto a esquerda ainda precisa resolver suas disputas internas para tentar entrar no jogo.
Por ora, sem que os partidos da base de Ibaneis lancem candidaturas isoladas, a esquerda dificilmente terá força para enfrentar a direita em 2026, que não apenas deve manter o controle do Executivo, como também pode conquistar as duas vagas ao Senado.